AIE corta projeção para demanda global por petróleo este ano, em meio à desaceleração da China
Uma rápida desaceleração no crescimento da demanda chinesa por petróleo está reduzindo o consumo global, o que reforça as expectativas de que a demanda atinja o pico até o final da década, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE) em relatório mensal hoje.
A organização sediada em Paris prevê que a demanda global registre crescimento de 903 mil barris por dia (bpd) em 2024, de 970 mil bpd projetado anteriormente - a segunda revisão consecutiva para baixo.
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Já as estimativas de expansão para o próximo ano foram deixadas praticamente inalteradas em 954 mil barris por dia. A entidade vê uma demanda média de 103 milhões de bpd em 2024 e de 103,9 milhões de bpd em 2025.
As projeções da AIE permanecem substancialmente inferiores às da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O cartel reduziu ligeiramente a suas previsões na terça-feira, mas ainda prevê um crescimento da demanda em níveis saudáveis de 2,03 milhões de bpd este ano e 1,74 milhões de bpd no próximo.
No primeiro semestre deste ano, o crescimento da demanda global continuou desacelerando, com ganhos de 800 mil bpd no ano, o mais baixo desde 2020, segundo a agência.
Na China, o consumo contraiu pelo quarto mês consecutivo em julho, em 280 mil bpd, em comparação com o ritmo médio de crescimento de cerca de 1 milhão de bpd no ano anterior.
"A interrupção abrupta do crescimento da demanda por petróleo na China desde o início do ano está tendo um impacto profundo nos mercados petrolíferos", afirmou a AIE, citando a prolongada crise imobiliária do país e o avanço dos veículos elétricos.
No ano inteiro, a demanda por petróleo na China deverá aumentar apenas em 180 mil bpd, de acordo com a AIE. A desaceleração do consumo é mais evidente em produtos industriais como a nafta e o diesel.
A agência manteve a previsão para a oferta global de petróleo em 2024, em 102,9 milhões de bpd, enquanto a de 2025 aumentou de 104,9 milhões de bpd para 105 milhões de bpd. Fonte: Dow Jones Newswires.