75,1% dos fortalezenses estão endividados, aponta pesquisa

Em setembro, o endividamento da população de Fortaleza caiu 0,2 e 0,6 ponto percentual (p.p.) na base mensal e na base anual, respectivamente

10:39 | Set. 10, 2024

Por: Maria Clara Moreira
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL 20-03-2024: O gasto com alimentação foi o que mais contribuiu com as dívidas (Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo) (foto: Yuri Allen/Especial para O Povo)

A taxa de consumidores endividados em Fortaleza foi de 75,1% no mês de setembro, representando uma queda de 0,2 e de 0,6 ponto percentual (p.p.) em comparação com agosto deste ano (75,3%) e com setembro de 2023 (75,7%), respectivamente.

Os dados, divulgados nesta terça-feira, 10, são da pesquisa Perfil do Endividamento do Consumidor em Fortaleza, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE).

A pesquisa mostrou ainda que 21,3% da população da Capital está com contas ou dívidas em atraso, quantidade que cresceu 0,2 p.p. em relação à registrada em agosto, quando era 21,1%. Porém, diminuiu 3 p.p. se comparado com igual período do ano passado (24,3%).

Além disso, desse montante, 12,6% são inadimplentes, ou seja, possuem dívidas que venceram a mais de 90 dias.

Segundo a Fecomércio, o perfil do consumidor com dívidas atrasadas mostra predominância do gênero masculino (22,3%), com idade de 18 a 24 anos (24,4%) e renda familiar de até cinco salários mínimos, ou R$ 7.060 (13,8%).

As dívidas possuem prazo médio de atraso de 77 dias. As principais causas são:

  • Desequilíbrio financeiro (62,6%)
  • Necessidade de destinar recursos para outras finalidades (39,3%)
  • Esqueceu de pagar (6,8%)
  • Contestação da dívida (4,3%)

Além disso, o comprometimento da renda da família fortalezense para o pagamento de contas é de, em média, 44,4%, 0,7 p.p. a mais do que era destinado em agosto (43,7%).

Já, em relação ao valor do endividamento, ele costuma ser de R$ 1.791, com prazo médio de oito meses para seu vencimento total. Os gastos que mais contribuíram para essas dívidas foram:

  • Alimentação: 63,8%
  • Outros: 19,5%
  • Tratamento de saúde: 18,8%
  • Aluguel residencial: 17,%
  • Educação: 10,3%

O cartão de crédito é o instrumento mais utilizado pelos consumidores, citado por 81,2% dos entrevistados, o segundo mais falado foi "outros" (22,2%) e o financiamento bancário, como de veículos e imóveis, foi o terceiro e foi apontado por 18,3% dos fortalezenses.

A pesquisa também revela que 74,3% dos consumidores fortalezenses afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos gastos e rendimentos, 14,2% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 11,4% informaram não possuir orçamento nem controle das finanças.

Confira os principais motivos para o desequilíbrio financeiro:

  • Não fizeram orçamento e controle dos rendimentos e gastos, ou os fizeram de modo ineficaz: 67,3%
  • Compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário: 18,5%
  • Aumento de gastos essenciais ou surgimento de novas necessidades previstos: 18,4%
  • Redução de rendimentos: 14,7%
  • Desemprego: 14,3
  • Gastos imprevistos: 13%

Índice de confiança dos consumidores em setembro

O Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC) registrou 120,7 pontos em setembro. O que representou um aumento de 1,7% em comparação com agosto (118,7). Em setembro de 2023 o índice era maior (121,7).

A melhora do ICC decorreu das variações dos seus dois componentes: o Índice de Situação Presente (ISP), que apresentou uma alta de 3%, passando de 108,8 pontos em agosto para 112,1 pontos em setembro, e o Índice de Expectativas Futuras (IEF), que passou de 125,3 pontos para 126,5 pontos, aumento aproximado de 1%.

Entretanto, mesmo com a melhora da confiança do consumidor, houve queda na intenção de compra mensal. Em setembro o índice na Capital foi 36,8%, 5,6 p.p. menor do que o registrado em agosto e em setembro de 2023 (42,4%).

O valor médio das compras é estimado em R$ 630,17, com os itens mais procurados sendo artigos de vestuário (18,8%), televisores (18,4%), geladeiras (16,2%), móveis e artigos de decoração (13,3%) e máquinas de lavar roupa (12,4%).

Expectativa dos consumidores

Em setembro, mais da metade dos consumidores (57,8%) estão com boas expectativas para a situação econômica do Brasil para os próximos 12 meses. Já 68,5% possuem boas percepções em relação à situação financeira familiar daqui há um ano. Além disso, 50,5% consideram o período uma época boa para a compra de bens duráveis.

O perfil dos entrevistados que apresentaram aumento na intenção de compra neste mês destaca-se pelo predomínio do grupo masculino, com 40%, com idade entre 18 e 24 anos (48,8%) e com renda familiar mensal de cinco a dez salários mínimos, ou de R$ 7.060 a R$14.120 (46,7%).

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