Especialista diz que IA não substituirá pessoas, mas exigirá rápida adaptação

Martha Gabriel avaliou que profissionais que não dominarem a Inteligência Artificial ficarão para trás, em evento sobre tecnologia

22:43 | Set. 05, 2024

Por: Adriano Queiroz
FORTALEZA-CE, BRASIL, 05-09-2024: Evento Futura Trends no Teatro do Rio Mar palestrante Martha Gabriel (Foto: João Filho Tavares/O Povo) (foto: João Filho Tavares)

“A tecnologia não substitui pessoas, pelo menos não diretamente, ela substitui atividades. Quem substitui pessoas são outras pessoas que utilizam a tecnologia de uma maneira melhor”.

Com essa ideia como premissa, a futurista Martha Gabriel, autora de best sellers como “Você, Eu e os Robôs: como se transformar no profissional digital do futuro”, rebateu visões fatalistas quanto o acelerado desenvolvimento da chamada Inteligência Artificial, em palestra ministrada durante o 14º Futura Trends, realizado ontem, no Teatro RioMar, em Fortaleza.

O evento teve como tema “Transformação Digital, Liderança e Inovação Disruptiva: Tecnologias, Talentos e Processos Necessários às Organizações de Sucesso”, ampliando as discussões decorrentes da rápida expansão do uso de ferramentas de Inteligência Artificial ocorrida nos últimos dois anos e que tem o ChatGPT, como um dos maiores símbolos do novo momento tecnológico.

“O passo a passo para chegar junto do desenvolvimento dessas ferramentas é você usar a tecnologia também para se vencer esse gap. Se isso não acontecer, a gente fica para trás”, apontou Martha, alertando, contudo, que “Na hora em que se chegar com a IA no nível humano e com a superinteligência, ninguém consegue prever o que vai acontecer”.

Nesse sentido, o presidente do Grupo de Comunicação O POVO, João Dummar Neto, que organiza o evento, destaca que o Futura Trends, trouxe em 2024, “a provocação em cima da Inteligência Artificial. Nós queremos saber como ela interfere na vida das pessoas, como interfere na nossa vida, o que é que a gente vai mudar no nosso dia a dia, com o vizinho ou com a sociedade”.

Também falando sobre o impacto da IA no mercado de trabalho, o professor de Gestão de Políticas Públicas na Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, ponderou que a velocidade dessa transformação pode ser menor que a prevista inicialmente, com a chegada do ChatGPT.

“A gente achava que a cada seis meses ela ia evoluir rapidamente, mas não foi exatamente assim que ocorreu. Pode ser que esse desenvolvimento não seja tão acelerado e não substitua trabalho tão rapidamente como a gente pensava há um ano”, observa.

Outro tema discutido no Futura Trends 2024, foi o impacto que a tecnologia pode ter sobre a segurança de dados. “Um exemplo de risco que essa tecnologia pode trazer é a questão do deep fake,que pode ser usado em golpes e potencializado pela IA”, cita o Head da Accenture Cyber Labs Brasil, Renato Marinho.

Por fim, trazendo o tema da IA para a aplicação no dia a dia dos consumidores, o vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, destacou as transformações ocorridas até na forma como se dirige um automóvel.

“Com essa tecnologia, você sequer precisa de uma chave para ligar o seu carro, basta usar um aplicativo”, exemplificou.

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