Ferrovia que liga usina de urânio à Transnordestina é projetada
A depender do tamanho do projeto, investimento pode chegar a R$ 1,5 bilhãoUm ramal ferroviário que pode ligar a usina de Itataia, em Santa Quitéria, município a 223,46 quilômetros (km) de Fortaleza, à Transnordestina é considerado essencial pela indústria.
A obra foi listada no Panorama da Infraestrutura - Edição Nordeste, da edição de agosto, elaborado e apresentado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"Viabilizar o ramal ferroviário da Usina de Itataia à Transnordestina para garantir o escoamento de fosfato e urânio", diz o documento.
O projeto seria um ramal alimentador para a Transnordestina, afirma Heitor Studart, coordenador do núcleo de infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
"Também se agregaria, com os estudos previstos, à BR-020. Na própria base da saída da Usina de Itataia, que já passa perto da 020, ela pode ter um intermodal rodoviário, para, carrega no modal da mina, segue para Transnordestina e vai direto para o Porto do Pecém, diminuindo muito o custo de frete e aumentando a competitividade e produtividade, um dos maiores gargalos que nós temos", projeta.
A extensão do ramal ferroviário varia de 70 km a 100 km, a depender da escolha do pátio intermodal, podendo chegar a R$ 1,5 bilhão de investimentos, levando em consideração o valor médio de R$ 15 milhões por quilômetro.
Para a viabilização da ferrovia, Heitor explica que é necessário a autorização de uma concessão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
"Claro que a Transnordestina é só demonstrar interesse na ANTT e ela provar a viabilidade econômica financeira do trecho e pode ter uma concessão por 30 anos".
Procurada pelo O POVO, a Transnordestina afirma não conhecer detalhes do empreendimento, mas que “nada impede que a possibilidade seja avaliada em um futuro em breve”.
“A empresa vê de forma favorável qualquer iniciativa de execução, por parte dos potenciais clientes, de projetos de acesso à nossa malha ferroviária ou aos futuros terminais da ferrovia. Tais investimentos podem ajudar a garantir a infraestrutura complementar necessária para ampliar as possibilidades de uso da ferrovia Transnordestina”, diz em nota.