Conta de luz mais cara: bandeira vermelha 2 volta após pouco mais de três anos

A bandeira vermelha 2 não era acionada desde agosto de 2021. O patamar representará acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos

22:56 | Ago. 30, 2024

Por: Beatriz Cavalcante
Conta de luz do brasileiro vai ficar mais cara a partir de setembro (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A conta de luz do brasileiro vai ficar mais cara em setembro. É que pela primeira vez em pouco mais de três anos a bandeira vermelha patamar 2 será acionada.

Isso representa um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

O anúncio foi realizado nesta sexta-feira, 30 de agosto, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Os motivos para o mais alto patamar da bandeira tarifária foram justificados devido à previsão de chuvas abaixo da média no mês que vem.

Isso acarreta em uma expectativa de afluência nos reservatórios das hidrelétricas brasileiras, em cerca de 50% abaixo da média.

"Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao mês com temperaturas superiores à média histórica em todo o País, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais. Portanto, os fatores que acionaram a bandeira vermelha patamar 2 foram o GSF (risco hidrológico) e o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD)", informa a Aneel, em comunicado.

Para se ter ideia, a bandeira vermelha patamar 2 não era acionada desde agosto de 2021.

Além disso, uma sequência de bandeiras verdes foi iniciada em abril de 2022 e interrompida apenas em julho de 2024 com bandeira amarela, seguida da verde em agosto agora.

A orientação da Agência para setembro é a vigilância quanto ao uso da energia elétrica, evitando desperdícios que prejudicam o meio ambiente e afetam a sustentabilidade do setor elétrico como um todo. 

Segundo a autarquia federal, com o sistema de bandeiras, o consumidor consegue fazer escolhas de consumo que contribuem para reduzir os custos de operação do sistema, reduzindo a necessidade de acionar termelétricas.

"Antes das bandeiras, o repasse desses custos de operação era feito apenas nos reajustes tarifários anuais: o consumidor não tinha a informação de que a energia estava cara naquele momento e, portanto, não tinha um sinal para reagir a um preço mais alto. As bandeiras permitem ao consumidor um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber do valor adicional antes do início do mês, ele pode adaptar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta", justifica em nota.

Inclusive, no Ceará, a usina termelétrica Energia (UTE) Pecém, controlada pelo grupo Mercurio Asset, foi acionada a pedido do Operador Nacional do Sistema (ONS) devido ao baixo volume de chuvas na região Norte e o aumento das temperaturas na região Sudeste, em agosto.

É a segunda vez que a usina térmica cearense, também chamada de Pecém 1, é acionada somente neste mês.

A unidade, que tem capacidade instalada de 720 MW (megawatts), está prevista para opera mais vezes devido ao quadro nacional.

Veja saídas para economizar na conta de energia

 

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