Transição energética deve atrair R$ 2 trilhões em investimentos, diz MME

De acordo com o ministro Alexandre Silveira (MME), serão 3 milhões de empregos a partir dos impactos dos investimentos com a nova política de governo

13:07 | Ago. 26, 2024

Por: Ana Luiza Serrão
Lula e Silveira assinaram política de transição durante reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética, na sede do Ministério de Minas e Energia. (foto: Ricardo Stuckert /Presidência da República)

O Conselho Nacional de Política Energética aprovou a Política Nacional de Transição Energética nesta segunda-feira, 26, em reunião liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira.

O País terá potencial para receber R$ 2 trilhões em investimentos na economia verde em dez anos, nas áreas de energia elétrica limpa e renovável, combustíveis sustentáveis de baixo carbono e mineração sustentável para a transição energética.

O documento agrega diretrizes para nortear a estratégia nacional no setor, no intuito de reforçar compromissos do Governo Federal para a redução da emissão de gases de efeito estufa, além de voltar-se à geração de empregos.

De acordo com o ministro Alexandre Silveira, são estimados 3 milhões de empregos para a sociedade brasileira a partir dos impactos dos investimentos.

“Vamos protagonizar, no mundo, a nova economia: a economia verde”, destaca Alexandre, citando a energia eólica, solar, hídrica, biomassa, biodiesel, etanol, diesel verde, captura e estocagem de carbono, combustível sustentável de aviação e hidrogênio verde (H2V).

“É o renascimento da indústria do Brasil em bases sustentáveis. É agregação de valor ao produto brasileiro produzido com energia limpa e renovável, é oportunidade para impulsionar o uso do nosso conteúdo local”, disse o ministro.

Entenda a política

A implementação da política se baseia em dois instrumentos centrais, com a criação do Fórum Nacional de Transição Energética (Fonte) para ouvir a opinião pública de diversos atores. Segundo o governo, o diálogo da sociedade civil é essencial neste cenário.

Outro ponto será o estabelecimento de recomendações ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) por meio de um fórum consultivo permanente. “Um espaço ativo, político-democrático, de diálogo, escuta e acolhimento de proposições”, explica o MME.

Além disso, o Plano Nacional de Transição Energética (Plante) agregará ações voltadas à política energética, articuladas a outras iniciativas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Plano Clima, Nova Indústria Brasil e Pacto pela Transformação Ecológica.

“Vamos integrar políticas e ações governamentais, consolidando esforços para melhorar ainda mais a nossa matriz energética. A nossa prioridade é e sempre será as pessoas. A transição energética deve ser justa, inclusiva e equilibrada”, acrescenta Alexandre.

O Plante conta com apoio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Agência Internacional de Energia, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Esse plano está estruturado em dois eixos, um de abordagem setorial e o outro de abordagem transversal. O primeiro contempla os setores da indústria, transportes, elétrico, mineral e de petróleo e gás natural. O segundo volta-se aos marcos legais e regulatórios, ao combate à pobreza energética e desigualdades, além de um ambiente atrativo para investimentos.

A ideia é que a política contribua para a transição energética com retornos sociais e o desenvolvimento das regiões com menor poder aquisitivo, democratizando o acesso à energia e o potencial sustentável do Brasil, de acordo com o governo.

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