Anel Viário terá obras concluídas em até 15 meses, diz Elmano
Governador assinou ordem de serviço na manhã desta sexta-feira, 23, como O POVO adiantou no começo da semana. Obras devem incluir duplicação de viaduto
08:41 | Ago. 23, 2024
As obras da Rodovia 4º Anel Viário devem ser concluídas entre 12 meses e 15 meses, afirmou o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). Ou seja, até o fim de 2025.
Ele assinou a ordem de serviço para a obra na manhã desta sexta-feira, 23, como O POVO adiantou em primeira mão após entrevista exclusiva.
O investimento total será de R$ 100 milhões, sendo que cerca de R$ 180 milhões já foram gastos desde o início. Ao todo, é esperado que sejam gerados 300 empregos diretos.
"Trabalhamos com um cenário de 12 a 15 meses para a obra ser toda concluída. Estamos felizes de poder, enfim, concluir e entregar o Anel Viário da Região Metropolitana", afirmou.
Além disso, as ações vão começar na área do viaduto próximo a Centrais de Abastecimento S/A (Ceasa), no limite entre Fortaleza e Maracanaú.
Ainda de acordo com o governador do Ceará, o objetivo é resolver os gargalos da rodovia, com alças e retornos para melhorar a situação.
A rodovia é federal e há anos vem tendo as obras divididas entre a Superintendência de Obras Públicas (SOP), do Estado, e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da União.
"Temos aqui um investimento de quase R$ 100 milhões para garantir mais de 60 km de pavimentação. Alças e retornos serão feitos numa obra muito importante para a logística de mercadorias, empresas e cidadãos que utilizam essa via para sair de Fortaleza ou chegar à nossa capital, evitando que caminhões precisem entrar na cidade.", acrescentou.
Vale lembrar que o projeto inclui ciclovias, acostamentos, e novas sinalizações, além de resolver as necessidades de retorno, entre infraestruturas que faltavam para a conclusão dessa rodovia.
O governador contou ainda com a presença de Eduardo Praça, do Ministério dos Transportes. De acordo com o próprio, nas próximas semanas, os cinco primeiros quilômetros da obra já serão entregues.
Um dos beneficiados será Delbos Andrade, 59. Atualmente, trabalha com reciclagem e precisa se locomover com a bicicleta, porém, a travessia na rodovia é difícil. Por isso, reforça a necessidade de haver também uma passarela, para dar mais segurança.
"Não tem como a gente passar aqui. É complicado. Já presenciei vários acidentes aqui com vítimas fatais, seja ciclista ou pedestre. A passarela ajudaria muito."
Sobre o assunto, o titular da Superintendência de Obras Públicas (SOP), Valdeci Rebouças, afirmou que a passarela não está inclusa nesse projeto inicial, no entanto, estão estudando a possibilidade para construir um processo financeiro.
Também destacou que uma das exigências que fez para a empresa foi da equipe contratada da comunidade no entorno, além de estabelecer uma relação próxima.
"A empresa deve procurar as associações que atuam na área, tanto associações empresariais quanto comunitárias, e ouvir as questões levantadas por elas. Isso facilita o processo de execução da obra."
Isso porque, como as empresas que ganharam a licitação não são da região (uma é do Pará e outra de Minas Gerais), é fundamental que eles interajam para entender as necessidades específicas.
As obras
Dos cerca de R$ 100 milhões para a retomada dos trabalhos até sua conclusão, o Governo do Ceará já recebeu repasse de R$ 84 milhões da União e deve aplicar outros R$ 20 milhões.
Elmano destaca que a maior a parte dos recursos a ser aplicada pelo Governo do Estado deve ser destinada à construção de alças de um dos viadutos do trecho.
Ao O POVO, em meados de julho, o governador havia afirmado a intenção de retomar as obras neste mês de agosto em sua live semanal nas redes sociais.
Naquela oportunidade, o chefe do Executivo estadual afirmou que a interrupção das obras ocorreu por "problema na relação com o governo passado", mas que, "felizmente, agora conseguimos ajustar o convênio".
Com o novo aporte viabilizado, a obra do Anel Viário também deve incluir no projeto a duplicação do viaduto sobre a BR-116, na saída de Fortaleza.
“O que eu posso garantir é que no começo de agosto a obra do Anel Viário será retomada com intensidade, com planejamento, para, enfim, nós concluirmos a obra que eu considero muito importante e decisiva para a nossa economia. Porque ali é uma área que passa muita gente, que muita gente utiliza e, assim, nós poderemos superar as dificuldades naquela área”, disse o governador nas redes sociais.
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Dentro desse contexto, durante o evento que sancionou o marco legal do hidrogênio de baixo carbono, realizado no último dia 2 no Complexo do Pecém, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o Governo Federal tem a intenção de entregar uma série de obras rodoviárias que se arrastam há anos.
Renan citou nominalmente as obras do Anel Viário, além da duplicação da BR-116 até o trecho de Boqueirão do Cesáreo. Naquela oportunidade, o ministro criticou o governo anterior por desprestigiar governos estaduais de oposição e lamentou que o Ceará seja o único grande estado brasileiro em que seus acessos por rodovias federais não sejam todos duplicados.
As obras do Anel Viário se arrastam desde janeiro de 2012, mas foram iniciadas oficialmente em 2010. O trecho de 32,3 km de extensão foi concebido para ser a ligação entre os portos do Mucuripe e do Pecém, além de alternativa para que veículos de carga não entrem nas vias urbanas de Fortaleza.
Após anos de atraso e problemas, em 2022 o trecho entre a CE-090 (Caucaia) e a CE-040 (Eusébio) foi estadualizado, com fiscalizações sob responsabilidade da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). No mesmo ano, a operação da obra também passou pelo mesmo processo.
O Governo do Estado assinou convênio e pactuou que as intervenções deixariam de ser de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Assim, a União faria os repasses e o Estado tocaria o projeto.
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Além de tratar sobre o Anel Viário, o governador do Ceará também adiantou ao O POVO sobre as conversas em torno do porto seco no caminho da ferrovia Transnordestina. A implantação deve ocorrer em cidade do Sertão Central, que pode ser Senador Pompeu.
Elmano pontua que a cidade escolhida pode ser outra, que isso passa por discussões com a concessionária Transnordestina Logística, mas que a implantação deve ocorrer ao mesmo passo da conclusão da linha férrea, no Complexo do Pecém.
"Fizemos um acordo com a empresa para construir um grande centro de distribuição de matéria prima para o polo calçadista. A importância disso é que a pequena fábrica que sai do Sul do País para produzir no Ceará não possui recursos e volume suficiente para trazer a matéria prima de tão longe."
Elmano ainda completa: "Então, ter a matéria prima no porto seco, que pode ser em Senador Pompeu, nós vamos conseguir também atrair outras empresas para o polo calçadista cearense, a partir de uma redução muito grande dos custos dos insumos". (Colaborou Samuel Pimentel)