Ceará assina com BNDES acordo para melhorar acesso a água
Recursos beneficiarão 63 mil famílias de agricultores familiares de 72 municípios cearenses que apresentam vulnerabilidade social, climática, hídrica ou alimentar.
20:36 | Ago. 21, 2024
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o governo do Ceará assinaram nesta quarta-feira (21), na sede da instituição, no Rio de Janeiro, contrato da iniciativa Sertão Vivo, no valor de R$ 251,6 milhões.
Os recursos beneficiarão 63 mil famílias de agricultores familiares de 72 municípios cearenses que apresentam vulnerabilidade social, climática, hídrica ou alimentar.
A iniciativa Sertão Vivo visa melhorar o acesso a água na produção rural e implantar Sistemas Produtivos Resilientes ao Clima. É uma parceria do BNDES com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), da Organização das Nações Unidas (ONU), para projetos no semiárido nordestino.
No total, serão destinados R$ 1,8 bilhão para municípios de todos os estados do Nordeste, beneficiando quase 500 mil famílias, ou cerca de 2 milhões de pessoas.
A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destacou que o Ceará é o primeiro dos nove estados do Nordeste que assina um contrato do Sertão Vivo.
“São R$ 250 milhões, chegando a 250 mil pessoas no rural cearense. Um projeto que vai ser referência também para o mundo, gerando resiliência climática, aumentando a produção de alimentos, enfrentando a pobreza, enfrentando a crise climática”, afirmou.
Segundo o governador Elmano de Freitas, "essa é uma importante conquista para agricultores e agricultoras familiares cearenses. Cerca de 250 mil pessoas serão beneficiadas com a implantação de Sistemas Produtivos Resilientes ao Clima, além de iniciativas voltadas para ampliação do acesso à água para a produção rural em municípios com alta vulnerabilidade social, climática, hídrica ou alimentar".
Recursos
Os recursos para o projeto são compostos de uma parcela reembolsável (financiamento) e outra não reembolsável (sem pagamento).
No Ceará, do total aprovado pela iniciativa Sertão Vivo, R$ 212 milhões são em forma de financiamento ao estado e os R$ 39,6 milhões restantes não precisarão ser pagos.
Segundo informou o BNDES, por meio de sua assessoria de imprensa, os recursos permitirão implantar sistemas de produção aderentes ao clima, como quintais produtivos e sistemas agroflorestais com espécies nativas da caatinga, adaptadas ao semiárido, além de construir reservatórios de água para uso na lavoura, entre os quais cisternas-calçadão, barreiros trincheira e barragens subterrâneas.
As ações estão alinhadas às diretrizes do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 do Ceará e ao seu planejamento de longo prazo (Ceará 2050), cujos eixos e programas enfatizam a redução da pobreza rural, o acesso à água, a elevação do padrão de vida dos agricultores familiares, a inclusão socioeconômica e a sustentabilidade ambiental.
Encontro sobre carcinicultura
Também nesta quarta-feira, 21, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), reuniu-se com o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, para tratar sobre temas relacionados à carcinicultura.
Em suas redes sociais, Elmano publicou que esteve em Brasília "em busca de novos mercados e de auxílio para os produtores cearenses de camarão", acrescentando que tratou "sobre ações para proteger o mercado nacional da entrada do crustáceo importado do Equador e garantir a competitividade do produtores do setor no Ceará, os maiores do segmento no país".
"Dialogamos também sobre a abertura de novos mercados para exportação do camarão produzido no Ceará. Temos fortalecido essa articulação junto ao Governo Federal, uma vez que o Estado não pode implementar ações específicas para a importação de produtos. O trabalho continua para proteger o mercado cearense, gerando mais oportunidades", concluiu Elmano na publicação.