Ceará pleiteia abrir mercado e ajuda Federal para produtor de camarão

Hoje o Ceará é o maior produtor de camarão do País e os empresários do segmento realizaram manifestação contra a entrada do crustáceo importado no mercado brasileiro no último sábado, 17 de agosto

15:23 | Ago. 20, 2024

Por: Beatriz Cavalcante
A manifestação tem o objetivo de suspender a importação de camarão no Brasil. (foto: Luiz Paulo Sampaio Henriques/APCC)

Em entrevista ao O POVO, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), diz que busca a abertura de novos mercados e auxílio do Governo Federal para proteger produtor de camarão no Estado.

Ele diz que o pleito do setor é acompanhado por ele e por Cristiano Maia, maior criador de camarão do País e vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca).

Segundo o governador, juntos eles trataram com o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. Também buscaram o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura e Pesca para proteger o mercado nacional e, ao mesmo tempo, garantir a competitividade do setor.

"No entanto, o Governo Federal ainda não tomou medidas específicas sobre o tema. O ministro da Agricultura (e Pecuária do Brasil), Carlos Fávaro, também está ciente e envolvido, mas, efetivamente, as medidas precisam vir do Governo Federal, uma vez que o Estado do Ceará não pode implementar ações específicas para a importação de produtos", detalha Elmano.

Sobre abertura dos novos mercados, o governador chegou a conversar com o primeiro-ministro da Inglaterra, Keir Starmer, solicitando que o mercado britânico seja essa opção ao produtor de camarão no Ceará.

"O Estado do Ceará está muito interessado em participar dessas discussões. Nossa abordagem é trabalhar com o Governo Federal em várias medidas para proteger nosso mercado, especificamente contra o problema do camarão importado do Equador, e também buscar a abertura de novos mercados", frisa.

Porém, Elmano pontua que o País em si enfrenta uma limitação de importação do camarão brasileiro pela comunidade europeia, devido a um incidente de pesca predatória em Santa Catarina. "

"No entanto, já estamos trabalhando para reverter essa medida. Durante uma visita à Europa com representantes do Nordeste, conversamos com o representante do Brasil na União Europeia e estamos atuando junto com o Governo Federal para reverter a decisão da União Europeia. É crucial para o setor de camarão que possamos ter acesso a esse mercado importante."

O que aconteceu com o produtor de camarão do Ceará

Hoje o Ceará é o maior produtor de camarão do País e os empresários do segmento realizaram manifestação contra a entrada do crustáceo importado no mercado brasileiro no último sábado, 17 de agosto.

A ocasião reuniu cerca de 500 produtores, os quais buscam levar a pauta ao secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Salmito Filho, e ao governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).

O ato ocorreu em Limoeiro do Norte, a 198,88 quilômetros de Fortaleza, no ginásio José Nilson Osterne.

Luiz Paulo Sampaio, presidente da Associação de Produtores de Camarão do Ceará (APCC), diz que acredita que a demanda para a suspensão da importação de camarão tende a ser ouvida pelo governador, citando que o Estado é um maior produtor do crustáceo no Brasil e que isso deverá ser considerado para ajudar o setor produtivo.

Segundo ele, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, e membros de outras entidades do setor e do próprio município de Limoeiro do Norte estiveram no evento deste sábado.

A manifestação teve o objetivo de pressionar o Ministério da Agricultura a acatar o pleito do setor produtivo de suspender a importação de camarão de países que comprovadamente possuem doenças que não estão presentes no Brasil, afirma Luiz.

"Isso pode impactar de forma devastadora a nossa cadeia produtiva. O exemplo do que aconteceu na Ásia é suficiente para justificar essa suspensão", disse.

"É uma manifestação em favor dos criadores de camarão do Brasil e a Faec está ao lado dos carcinicultores cearenses", acrescentou.

A expectativa inicial era reunir mais de 800 produtores de todo o Estado. (Colaboraram Ana Luiza Serrão e Révinna Nobre) 

Os impactos da reforma tributária para o consumidor | Debates do POVO

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