Vendas do comércio varejista crescem 6,9% no Ceará em junho
A receita de vendas do comércio varejista cearense também avançou 11,8% no períodoO volume de vendas do comércio varejista cresceu 6,9% em junho deste ano no Ceará, em comparação a igual mês do ano anterior.
No acumulado do ano, o avanço de base anual foi ainda maior, com variação positiva em 9,2% no Estado.
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Os dados saíram na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na manhã desta quarta-feira, 14.
O índice ficou positivo, também, no acumulado dos últimos 12 meses, com 9,1% a mais em junho deste ano em relação ao último ano.
Todavia, houve pequeno recuo de 0,8% no comparativo mês a mês, isto é, junho ante maio.
No comércio varejista ampliado, o Ceará avançou 2,2% em junho de 2024, na base anual.
A variação dos últimos 12 meses foi positiva em 10% e em 7,6% no acumulado do ano, ambos ampliados em comparação aos períodos igualmente anteriores.
Mensalmente, o avanço ampliado foi de 0,1%.
De acordo com o economista Alex Araújo, os dados do Ceará são bastante positivos e indicam um consumo sólido, além de boa performance econômica, "mostrando que o consumidor está voltando a comprar e movimentar o comércio."
"Diversos fatores estão influenciando esse desempenho positivo. O crescimento econômico local, impulsionado por investimentos em infraestrutura e desenvolvimento regional, gerou mais empregos e aumentou a renda, o que, por sua vez, estimulou o consumo", detalha.
Ademais, Alex cita impactos de programas de incentivo, como o Bolsa Família, e a recuperação do consumo, sugerindo que uma demanda reprimida começou a ser liberada no Estado.
O economista vê, ainda, um aquecimento do setor de construção civil, o qual reflete em alta demanda por materiais de construção e indica expansão no mercado imobiliário.
"Esses elementos combinados contribuíram para o forte desempenho econômico do Ceará", comenta.
Vendas do varejo por atividades
As vendas de veículos, motocicletas, partes e peças cresceram 2,9% no Estado em junho, em relação a igual mês do ano passado; e 10,8% no acumulado dos últimos 12 meses. Todavia, ante maio, o volume do mês de junho caiu 10,1%.
Já os materiais de construção tiveram vendas 9,2% maiores em junho deste ano em relação a junho do ano anterior, ficando com variação positiva na base mensal (12,7%) e no acumulado dos últimos 12 meses (12,4%).
O segmento de livros, jornais, revistas e papelaria contou com o maior crescimento das vendas em junho no Ceará, subindo 74,1% na base anual e 0,2% no acumulado do ano.
Mas, nos últimos 12 meses, a categoria recuou 7,8%.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos também tiveram variação positiva de 23,8% na base anual, entre junho de 2024 e junho de 2023.
Houve crescimento de 18,9% no acumulado do ano e de 16% nos últimos 12 meses.
A maior queda foi notada em equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com recuo de 11,6% no acumulado do ano, de -8,7% na base anual e de -21,2% nos últimos 12 meses.
Variação das vendas por atividades no Ceará (jun/24 - jun/23)
- Comércio varejista: 6,9%
- Combustíveis e lubrificantes: 10,2%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 2%
- Hipermercados e supermercados: 1,9%
- Tecidos, vestuário e calçados: 3,8%
- Móveis e eletrodomésticos: 6,8%
- Móveis: 12,6%
- Eletrodomésticos: 4,9%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: 23,8%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: 74,1%
- Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação: -8,7%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 16,2%
Receita de vendas do varejo
A receita nominal de vendas no comércio varejista avançou 11,8% em no sexto mês de 2024, em comparação a igual mês de 2023.
As variações foram positivas, também, no comparativo mensal (0,3%), no acumulado do ano (12,5%) e nos últimos 12 meses (12,3%).
O crescimento da receita ocorreu, ainda, no comércio varejista ampliado, com 6,4% a mais em junho deste ano em relação ao ano passado, 10,3% no acumulado do ano e 12,5% nos últimos 12 meses.
Entretanto, apresentou queda de 0,3% na base mensal, de junho contra maio de 2024.
Variação da receita por atividades no Ceará (jun/24 - jun/23)
- Comércio varejista: 11,8%
- Combustíveis e lubrificantes: 20,3%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 6,8%
- Hipermercados e supermercados: 6,6%
- Tecidos, vestuário e calçados: 4,9%
- Móveis e eletrodomésticos: 7,6%
- Móveis: 14%
- Eletrodomésticos: 3,7%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: 31,6%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: 86,6%
- Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação: -7,4%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 19,7%
Vendas do varejo no Brasil
O Brasil apresentou crescimento de 4% no volume de vendas do comércio varejista em junho de 2024, contra junho de 2023.
Houve avanço, ademais, no acumulado do ano (5,2%) e nos últimos 12 meses (3,6%), na base de comparação anual.
Entretanto, o País registrou queda de 1% no volume de vendas de junho ante maio deste ano.
No comércio varejista ampliado, a variação mensal entre o quinto e o sexto mês do ano teve alta de 0,4%.
Cresceu 2% no ano a ano, 4,3% no acumulado do ano e 3,5% nos últimos 12 meses, ambos ampliados.
Variação das vendas por atividades no Brasil (jun/24 - jun/23)
- Comércio varejista: 4%
- Combustíveis e lubrificantes: -4,1%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 3,5%
- Hipermercados e supermercados: 4%
- Tecidos, vestuário e calçados: 0,1%
- Móveis e eletrodomésticos: 6,7%
- Móveis: 11,4%
- Eletrodomésticos: 5%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: 15,1%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -8,1%
- Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação: 4,7%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 7,6%
Na visão do economista Alex Araújo, o Ceará está significativamente à frente do cenário nacional no que tange o comércio varejista.
"Enquanto o Brasil enfrenta desafios como inflação, juros altos e incertezas econômicas, o Ceará parece estar conseguindo manter um dinamismo superior", afirma.
Perspectivas para o futuro
O economista Alex Araújo está otimista com a perspectiva do comércio varejista para os próximos meses, mas faz algumas ressalvas.
"Se as condições macroeconômicas do país, como inflação e juros, se mantiverem estáveis ou melhorarem, o Ceará poderá continuar apresentando bons resultados", explica.
"Mas a leve desaceleração observada em junho pode ser um indicativo de que o ritmo de crescimento pode se estabilizar ou, até mesmo, desacelerar", acrescenta.
O cenário poderia ser mais desafiador se contar com impactos externos ou nacionais, como cortes no orçamento, aumento de juros ou restrições de crédito, diz.
*Atualizado às 14h30min com comentários do economista Alex Araújo.
Reinvenção do Varejo: mudança que amplia o consumo | O POVO
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