75,3% dos consumidores de Fortaleza estão endividados em agosto; veja

Em relação ao ìndice de Confiança do Consumidor (ICC), foram registrados 118,7 pontos em agosto, a queda foi de 1,2% em relação a julho (120,1 pontos)

11:07 | Ago. 14, 2024

Por: Maria Clara Moreira
O gasto com a alimentação foi o que mais infleunciou no endividamento (foto: Samuel Setubal)

A taxa de consumidores endividados em Fortaleza foi de 75,3% no mês de agosto, o índice representa um aumento de 0,5 e 0,4 ponto percentual (p.p.) em comparação com julho deste ano (74,8%) e com agosto de 2023 (74,9%), respectivamente.

Os dados, divulgados nesta quarta-feira, 14, foram adiantados com exclusividade pelo jornalista e colunista do O POVO Armando de Oliveira Lima.

As informações são da pesquisa Perfil do Endividamento do Consumidor em Fortaleza, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE).

A pesquisa mostrou ainda que 21,1% da população da Capital está com contas ou dívidas em atraso, quantidade que se manteve estável em relação à registrada em julho, quando era 21%, e menor do que a do mesmo mês do ano passado ( 22,8%).

Além disso, desse montante, 11,3% são inadimplentes, ou seja, possuem dívidas que venceram a mais de 90 dias.

Segundo a Fecomércio, o perfil do consumidor com dívidas atrasadas mostra predominância do gênero masculino (20,8%), com idade de 18 a 24 anos (18,4%) e renda familiar de até cinco salários mínimos, ou R$ 7.060 (16%).

As dívidas possuem prazo médio de atraso de 80 dias. As principais causas são:

  • Desequilíbrio financeiro (60,9%)
  • Necessidade de destinar recursos para outras finalidades (33,2%)
  • Contestação da dívida (8,4%)
  • Esqueceu de pagar (5,2%)

O comprometimento da renda da família fortalezense para o pagamento de contas é de, em média, 43,7%, 1,5 p.p. a menos do que era destinado julho (45,2%).

Já, em relação ao valor do endividamento, ele costuma ser de R$ 1.806, com prazo médio de oito meses para seu vencimento total. Os gastos que mais contribuíram para essas dívidas foram:

  • Alimentação: 64,5%
  • Outros 28,8%
  • Aluguel residencial: 25,3%
  • Vestuário: 23,9%
  • Tratamento de saúde: 23,3%

O cartão de crédito é o instrumento mais utilizado pelos consumidores, citado por 74,1% dos entrevistados. O financiamento bancário, como de veículos e imóveis, é apontado por 12,4% dos fortalezenses.

Outro meio usado é o empréstimo pessoal, apresentado por 10,7% do público participante da pesquisa e os carnês e crediários, que representam 6%.

A pesquisa também revela que 78,3% dos consumidores fortalezenses afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos gastos e rendimentos, 12,1% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 9,5% informaram não possuir orçamento nem controle das finanças.

Confira os principais motivos para o desequilíbrio financeiro:

  • Não fizeram orçamento e controle dos rendimentos e gastos, ou os fizeram de modo ineficaz: 51,4%
  • Aumento de gastos essenciais ou surgimento de novas necessidades previstos: 21,1%
  • Compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário: 19,6%
  • Desemprego: 16,1%
  • Gastos imprevistos: 14,6%

Índice de confiança dos consumidores em agosto

O Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC) registrou 118,7 pontos em agosto. O que representou queda de 1,2% em comparação com julho (120,1). Em agosto de 2023 o índice também era maior (120,2).

A piora do ICC decorreu das variações dos seus dois componentes: o Índice de Situação Presente (ISP), que apresentou um decréscimo de cerca de 0,8%, passando de 109,7 pontos em julho para 108,8 pontos em agosto, e o Índice de Expectativas Futuras (IEF), que passou de 127,1 pontos para 125,3 pontos, queda aproximada de 1,4%.

Entretanto, mesmo com a piora da confiança do consumidor, houve aumento da intenção de compra mensal. Em agosto o índice na Capital foi 42,4%, 1,3 p.p. maior do que o registrado em julho (41,1%), e 2,5 p.p. mais alto do que o do mesmo período do ano anterior (39,9%).

O valor médio das compras é estimado em R$ 631,93, com os itens mais procurados sendo artigos de vestuário (19,7%), televisores (18,7%), móveis e artigos de decoração (17,6%), geladeiras (16,4%) e máquinas de lavar roupa (14,1%).

Expectativa dos consumidores

Em agosto, mais da metade dos consumidores (55,8%) possui boas expectativas para a situação econômica do Brasil para os próximos 12 meses. Já 70,6% consideram que sua situação financeira atual está “melhor ou muito melhor” do que há um ano.

O perfil dos entrevistados que apresentaram aumento na intenção de compra neste mês destaca-se pelo predomínio do grupo masculino, com 45,4%, com idade entre 25 e 34 anos (52,3%) e com renda familiar mensal de cinco a dez salários mínimos, ou de R$ 7.060 a R$14.120 (51,9%).

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