Previsão da safra no Ceará recua para 696,2 mil toneladas, diz IBGE

O número é menor do que a estimativa do mês passado, de 732,5 mil. Já a produção esperada para frutas frescas no ano é de 1.858.902 toneladas, um crescimento de 3,81%

12:37 | Ago. 13, 2024

Por: Fabiana Melo
Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 13, pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de julho, (foto: Mariana Parente em 26/06/2017 para O POVO)

O Ceará deve atingir uma safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 696,2 mil toneladas a serem produzidas em 2024, registrando um avanço de 46,4% em relação a 2023, quando o montante era de 475,5 mil toneladas.

O número, porém, é menor do que a estimativa do mês passado, de 732,5 mil. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 13, pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de julho, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já a produção esperada para frutas frescas no ano é de 1.858.902 toneladas, um crescimento de 3,81%, em relação ao mês anterior (1.790.613 t), e de 19,42% à safra de frutas frescas efetivamente obtida em 2023 (1.556.617 t).

Sobre as frutas secas, a expectativa de produção para 2024 é de 84.585 toneladas, representando um aumento de 33,72% em relação à safra obtida em 2023 (63.256 t). Além disso, para os tubérculos e raízes, são esperadas 950.934 toneladas.

No caso da horticultura, a estimativa é de 402.124 toneladas, crescimento de 4,35%, em relação à safra obtida em 2023 (385.352 t). 

A ração animal também teve uma alta no igual período. Isso porque a expectativa de produção é de 1.857.905 toneladas, sendo que, no ano passado, o valor chegou a 1.359.247 toneladas.

Brasil recua novamente na produção estimada para a Safra 2024

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 298,0 milhões de toneladas.

Este resultado é 5,5% menor do que a safra obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas), ou 17,4 milhões de toneladas abaixo, e 0,7% superior (2,2 milhões de toneladas) do que a estimativa de junho.

A área a ser colhida foi de 78,6 milhões de hectares, aumento de 0,9% (727,2 mil hectares) frente a 2023; e acréscimo de 264.488 hectares (0,3%) em relação a junho.

Em relação ao ano anterior, houve crescimentos nas áreas de arroz (4,9%), algodão (13,1%), feijão (6,0%) e soja (3,2%). O milho (-3,2%), o trigo (-11,2%) e o sorgo (-5,3%) apresentaram reduções.

O gerente do LSPA, Carlos Barradas, ressaltou que o principal motivo está relacionado aos preços na época do plantio.

"No caso do arroz, a área de plantio vem sendo diminuída nos últimos anos, embora na safra 2024 ela tenha aumentado por conta do aumento no preço do cereal."

Além dos problemas climáticos, a queda na produção do milho explica-se por este cereal estar com "o preço depreciado, assim, os produtores plantaram menos milho e aumentaram a área do algodão". 

Barradas ainda ressaltou que com relação à soja, houve problemas climáticos na safra de verão "principalmente na região Centro-Oeste, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além dos problemas de excesso de chuvas e inundações no Rio Grande do Sul que reduziram a safra da soja no Estado".

No que se refere à produção, ocorrem acréscimos de 10,8% para o algodão herbáceo (em caroço); de 1,9% para o arroz; de 7,1% para o feijão e de 22,7% para o trigo, bem como decréscimos de 4,3% para a soja, de 10,3% para o milho (reduções de 15,7% no milho de 1ª safra e de 8,9% no milho de 2ª safra) e de 10,9% para o sorgo.

A estimativa de produção da soja foi de 145,4 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 117,6 milhões de toneladas (23,4 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 94,2 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). 

Já a produção do arroz foi estimada em 10,5 milhões de toneladas; a do trigo em 9,5 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 8,6 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 3,8 milhões de toneladas.

Entre as grandes regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 144,5 milhões de toneladas (48,5%); Sul, 81,3 milhões de toneladas (27,3%); Sudeste, 27,2 milhões de toneladas (9,1%); Nordeste, 26,0 milhões de toneladas (8,7%) e Norte, 18,9 milhões de toneladas (6,4%).

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para duas grandes regiões: Sul (1,9%) e Norte (12,4%). Houve variação anual negativa para as demais: Centro-Oeste (-10,3%), Sudeste (-11,3%) e Nordeste (-3,5%).

Quanto à variação mensal, apresentaram crescimento Norte (2,3%), Centro-Oeste (2,9%) e Sudeste (0,1%). As demais apresentaram declínio: Nordeste (-0,2%) e Sul (-2,8%).

Na distribuição da produção de grãos pelas unidades da Federação, o Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,6%, seguido pelo Paraná (13,2%), Rio Grande do Sul (11,9%), Goiás (10,5%), Mato Grosso do Sul (7,1%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 78,9% do total.

Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (48,5%), Sul (27,3%), Sudeste (9,1%), Nordeste (8,7%) e Norte (6,4%).

As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso (4.564.478 t), em Roraima (213.091 t), no Tocantins (187.921 t), em Sergipe (72.026 t), em Rondônia (54.516 t), em Minas Gerais (30.603 t), na Bahia (9.650 t), no Maranhão (2.226 t) e no Amazonas (2.168 t). 

Por outro lado, as variações negativas ocorreram no Rio Grande do Sul (-2.216.375 t), no Mato Grosso do Sul (-436.320 t), no Paraná (-150.900 t), na Paraíba (-69.378 t), no Ceará (-36.312 t), no Pará (-28.464 t), em Alagoas (-14.377 t), no Distrito Federal (-8.460 t), no Rio Grande do Norte (- 5.151 t), no Rio de Janeiro (-1.562 t), em Pernambuco (-1.024 t) e no Amapá (-35 t).

Agronegócio é um dos principais motores da economia brasileira

Mais notícias de Economia