Correios funciona normalmente no Brasil após sindicato declarar greve

A empresa informou que cerca de 92% do quadro de funcionários está trabalhando normalmente

O Correios informou que 92% do seu quadro de funcionários estava trabalhando normalmente, fazendo entregas e com todas as agências abertas na sexta-feira, 9, após a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) ter declarado greve na semana passada.

A empresa explicou que houve remanejamento de profissionais e realização de horas extras para cobrir ausências pontuais e localizadas de funcionários que aderiram à paralisação, que começou depois de os trabalhadores rejeitarem proposta do Correios sobre aumento salarial.

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“A proposta inclui um reajuste salarial somente para 2025 e não oferece uma resposta conclusiva e concreta em relação ao plano de saúde”, explicou a Findect em nota.

Em negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025, os funcionários do Correios propõem uma série de aumentos a mais de 85 mil trabalhadores, incluindo um incremento de 6,05% nos salários a partir de janeiro do próximo ano e de 4,11% nos benefícios a partir de agosto deste ano.

O cálculo do salário considera uma reposição de 100% da inflação por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), com 4,11% referente aos meses de agosto de 2023 a julho de 2024, além de uma projeção de agosto a dezembro deste ano.

No caso dos benefícios, o Correios considera, também, uma reposição de 100% da inflação por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor de agosto de 2023 a julho de 2024.

A classe estabelece, ainda, uma proposta de aumentar em 20% o benefício para os empregados que possuem função 'motorizada', isto é, os motociclistas e motoristas.

Além disso, o Correios prevê um pagamento extra no vale alimentação ou refeição para os meses de agosto a dezembro de 2024, no valor de R$ 50,93, para os trabalhadores com remuneração de até R$ 7,3 mil.

A empresa estabelece, ademais, um pagamento de um vale extra, denominado 'vale-peru', para todos os trabalhadores em dezembro de 2024, no valor de R$ 1.120,47.

O Correios também detalhou sobre o processo de alteração do regulamento para a redução da coparticipação nos planos de saúde dos empregados, saindo de 30% para 15%.

A previsão para implementação é no próximo mês após realizar ajustes para adequação às normas vigentes, detalha.

A alteração do regulamento contempla, ainda, a isenção de cobrança de mensalidade sobre quimioterapia, radioterapia, hemodiálise e 'home-care', sem cobrança de mensalidade sobre rúbricas variáveis.

"A empresa ainda se compromete a apresentar em 90 dias ações de melhoria para o plano, com a participação das federações que representam trabalhadores", explica.

O Correios ressaltou que a gestão atual assumiu, em 2023, após a recente saída de um processo de privatização, que, segundo a companhia, gerou incerteza e insegurança aos empregados por anos.

A classe citou, também, que o antigo governo retirou mais de 50 cláusulas de acordo coletivo, extinguindo direitos históricos, em sua visão.

Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o seu terceiro mandato, o Correios afirmou que reabriu as portas para os sindicados e diálogos, reestabelecendo mais de 40 cláusulas do acordo coletivo e fechando um acordo em mesa de negociação.

No âmbito social, as negociações avançaram em alguns pontos, de acordo com o Correios. Confira a lista a seguir.

  • Aperfeiçoamento de todos os Grupos de Trabalho, como os de Anistia e de Revisão dos Processos Administrativos que, após análise e julgamento de processos, deliberaram pela readmissão de três trabalhadores até o momento
  • Atendimento psicossocial para vítimas de assédio, havendo comprovação ou não da denúncia
  • Concessão de até 2 dias de licença para mulheres com sintomas graves associados ao fluxo menstrual
  • Aumento das licenças paternidade e em caso de adoção
  • Aumento do tempo de amamentação para 3 horas diárias, podendo a jornada ser de 5 horas corridas para as empregadas lactantes
  • Inclusão de cláusula para incentivo e participação das mulheres na liderança da empresa
  • Aumento de licença remunerada para empregadas que forem vítimas de violência doméstica, de 10 dias para 20 dias
  • Concessão de um salário base para ajudar na mudança de domicílio, quando necessário, para vítimas de violência doméstica

*Com informações das agências Brasil e Gov

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