Aneel recebe 24 propostas para inserir hidrogênio no setor elétrico brasileiro
Agência agora avalia propostas relativas à Chamada Estratégica de Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação sobre hidrogênio
18:48 | Ago. 03, 2024
Com o objetivo de impulsionar o uso de hidrogênio na transição energética brasileira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que recebeu 24 propostas para a introdução dessa fonte no setor elétrico brasileiro.
Os planos agora estão sendo analisados no âmbito da Chamada Estratégica de Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI 23/2024): Hidrogênio no Contexto do Setor Elétrico.
O foco desses 24 projetos é impulsionar o hidrogênio como vetor de transição energética.
Desse total, 19 projetos estão na modalidade de "plantas piloto", que totalizam mais de 100 MW em plantas para produção de hidrogênio a partir de eletricidade de baixo carbono.
Outros cinco projetos são focados na modalidade de "peças e componentes", focada no desenvolvimento e nacionalização de tecnologias para a cadeia do hidrogênio.
Para o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, "o Brasil tem um grande potencial para produção de hidrogênio e de energia renovável".
“O hidrogênio é o combustível do futuro. É o combustível da transição energética. Estimamos que as análises finais das propostas serão concluídas no final de setembro. Esperamos que ao fim deste programa tenhamos acelerado a maturidade do conhecimento da produção do hidrogênio. Também temos uma expectativa de uma rápida nacionalização da produção de bens e equipamentos para a produção de hidrogênio”, ressaltou Feitosa.
Conforme a Aneel, o valor previsto de investimento, considerando todas as propostas avaliadas, é de R$ 2,7 bilhões, o que representa o maior volume já investido em uma Chamada de Projetos Estratégicos. Desse total, as empresas propõem investir um total de R$ 1,6 bilhão em contrapartidas.
Dentro das iniciativas, ações com foco no uso do hidrogênio de baixo carbono na indústria, na produção de amônia/fertilizantes, combustíveis sintéticos, mobilidade e eletricidade, além de injeção de hidrogênio em redes de gás convencionais.
Assim, de acordo com a Aneel, as propostas visam à total integração com a indústria, com soluções que beneficiam principalmente a indústria química de transformação, a siderúrgica, a alimentícia e a de papel e celulose, com aplicações também no setor de transportes.
A resposta final sobre os projetos que serão apoiados deve ocorrer após reunião da diretoria colegiada da Aneel, que deve ocorrer em setembro.
O anúncio da Aneel ocorreu na sexta-feira, 2 de agosto, mesmo dia em que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assinou a sanção do marco legal da produção industrial de hidrogênio de baixo carbono, no Ceará.