Votação do 2º projeto de regulamentação da reforma tributária será em 13 de agosto, diz relator
Segundo projeto discute o Comitê Gestor e a gestão do IBS, incluindo a distribuição de receitasA segunda fase regulatória da reforma tributária na Câmara dos Deputados deverá ser votada no dia 13 de agosto, de acordo com o relator-geral deste projeto de lei complementar (PLP) – Nº 108/24 – deputado Mauro Benevides (PDT-CE). O primeiro projeto – Nº 68/24 – foi aprovado no dia 10 de julho na casa e está agora no Senado Federal.
Definida pela emenda Nº 132/2023, a reforma tributária tem dois projetos de regulamentação em tramitação. O primeiro trata das normas do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) – aprovado pelos deputados –, enquanto o segundo discute o Comitê Gestor e a gestão do IBS, incluindo a distribuição de receitas.
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Mauro afirma que fez várias modificações no texto, como a garantia da participação dos contribuintes no comitê de julgamento de autos de infração e o estabelecimento de mecanismos para garantir que a mesma empresa não seja fiscalizada por diferentes esferas de governo ao mesmo tempo.
“Também estabelecemos prazos para a devolução de créditos aos exportadores, tornando o processo mais rápido e competitivo”, detalha o deputado nesta quinta-feira, 1º, no encontro do Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide Ceará), em Fortaleza, o qual tinha como tema principal o impacto da reforma tributária no setor imobiliário.
A presidente do Lide Ceará, Emilia Buarque, fez duras críticas à reforma tributária no evento, afirmando que a iniciativa privada como um todo entende que algumas promessas da reforma não serão efetivadas, como a simplificação, a redução da carga tributária e a justiça fiscal, com o encerramento dos incentivos em 2030.
“Falaram que a reforma promoveria crescimento econômico, mas, no que está posto, não estamos enxergando isso. Não é de todo ruim, como já conversei com o Mauro. Claro, não conseguiríamos chegar ao ideal, mas a reforma tem seu valor. No entanto, alguns ajustes serão necessários para atenuar distorções”, detalha Emilia.
No entanto, a empresária revela que o setor acabou perdendo o “timing” em relação à reforma, com a ideia de que “as coisas andam lentamente no Brasil”, cita. “A reforma foi aprovada muito rapidamente na Câmara dos Deputados, e a iniciativa privada não soube ser propositiva e combativa no tempo certo. Agora, estamos tentando resgatar o tempo perdido.”
Mauro Benevides destaca, no entanto, que há tempo hábil e condições para fazer correções e aprimorar a reforma se necessário, tendo em vista que qualquer alteração no texto que foi ao Senado fará que o documento volte para análise da Câmara dos Deputados. O relator-geral acredita que o Senado deve retornar o PLP Nº 68/24 até novembro.
O parlamentar elenca, ainda, benefícios da reforma tributária, incluindo impactos positivos no Ceará. A estimativa é que o Brasil aumente o seu Produto Interno Bruto (PIB) em 12% ao longo de 15 anos, mas o avanço cearense deverá superar o índice nacional, na sua visão. Além disso, o Estado pode ter aumento na arrecadação e na atividade econômica.
Entenda a reforma tributária
A Reforma Tributária, pela emenda Nº 132/2023, institui o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual: um do Governo Federal e outro de estados e municípios. O novo modelo de tributo tem por princípio a não cumulatividade plena, ou seja, impede a chamada "tributação em cascata", que hoje onera consumidores e empresas.
Serão três novos tributos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), substituindo o ICMS dos Estados e o ISS dos municípios; a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substitui PIS, Cofins e o IPI, que são federais; e o Imposto Seletivo, que incidirá sobre produtos danosos à saúde e ao meio ambiente.