Ministros do G20 veem desafio em "exploração do trabalho" por plataformas digitais

Além disso, um dos principais tópicos que os países estão dispostos a combater conjuntamente é o da desigualdade

O ministro do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil, Luiz Marinho, e as ministras voltadas ao segmento na África do Sul, Nomakhosazana Meth, e na Espanha, Yolanda Díaz, veem um desafio relacionado à “exploração do trabalho” em plataformas digitais, especialmente em um contexto em que poucas multinacionais dominam grande parte do mercado.

A nova forma de organização empresarial que envolve a digitalização nas plataformas deve, necessariamente, respeitar os direitos humanos e trabalhistas, na visão de Yolanda Díaz. “Este é o desafio que temos, porque estamos diante de uma distribuição desigual de poucas multinacionais que operam em todo o mundo.”

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“(As multinacionais) concentram um elevado poder e riqueza hoje descontrolado, não sujeito às normas democráticas, mas que estão explorando os trabalhadores e trabalhadoras no mundo, extirpando-lhes os direitos trabalhistas. (...) Por isso, de forma global, temos que trabalhar nesta matéria”, detalhou Yolanda.

“Em relação a esse trabalho e a esse desafio com as plataformas digitais, enfrentamos o desafio dos algoritmos. A exploração no trabalho digital, o tempo no trabalho digital, tudo isso está ligado à exploração que estamos vivendo atualmente”, acrescentou a ministra espanhola no Centro de Eventos de Fortaleza, nesta sexta-feira, 26.

O ministro Luiz citou, na ocasião, o exemplo da pandemia de covid-19, onde empresas que detinham tecnologias impunham preços e ordens de recebimento, priorizando países de primeiro mundo em detrimento de outros mais pobres, o que gera um debate ético e regulatório, pois, do contrário, a desigualdade global se acentua.

Um dos principais tópicos que os países estão dispostos a combater conjuntamente é justamente o da desigualdade, segundo Nomakhosazana Meth. A África do Sul é o próximo país a assumir a presidência do G20 depois do Brasil, em 2025, e a ministra garante que dará continuidade aos projetos discutidos neste ano em território brasileiro.

Discussões e políticas voltadas à igualdade salarial entre homens e mulheres, crise climática, condições justas de trabalho e inserção de jovens no mercado, incluindo a população LGBTQIA+, geram certo consenso entre os demais países. “Vamos trabalhar juntos para resolver esses problemas e também envolver outros países na nossa luta”, disse Meth.

Outro ponto crucial do G20 sob a presidência do Brasil tem sido a eventual taxação dos super-ricos a nível global, especialmente para arcar com os custos das várias transições, como no meio ecológico e energético, de acordo com Luiz Marinho. “Um debate nesse momento é que os bilionários globais devem pagar essa conta. Eles não querem.”

“A ministra (Nomakhosazana) liderará o tema trabalho no G20 no ano que vem (na África do Sul), e terá em nós um ponto de apoio para dar continuidade a esse conjunto de processos. Seguramente, ela nos liderará de forma vigilante no próximo ano. Dessa forma, estamos emanados, de mãos dadas, trabalhando o conjunto dos temas”, complementou Luiz.

Os países anunciaram, nesta sexta-feira, 26, uma aliança global para enfrentar desafios conjuntos relacionados ao Emprego, promovendo colaboração e intercâmbio entre as nações. De acordo com o MTE, outros países do bloco deverão ser convidados a participar da iniciativa.

*Atualizado às 16h53min com detalhes da aliança global e fotografia.

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