Eleição nos EUA pode influenciar projetos de H2V no Ceará, afirmou Cid Gomes
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Com eleições marcadas para novembro, a decisão de quem será presidente nos Estados Unidos pode influenciar a competitividade das políticas energéticas, incluindo o Hidrogênio Verde (H2V), segundo o senador Cid Gomes (PSB).
"O governo republicano tende a incentivar políticas ligadas ao petróleo. E, tudo indica que os EUA poderão ter um presidente republicano em breve, o que de alguma forma diminui a nossa competitividade internacional."
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Atualmente, já foram anunciados investimentos na ordem de US$ 750 milhões apenas para projetos de hidrogênio no País. Assim, caso haja a diminuição de incentivos para a economia verde por parte dos EUA, o Ceará pode ser beneficiado.
Isso porque, sem a concorrência dos EUA, o Estado tem mais oportunidade de se posicionar no mercado internacional. "No Brasil não há nenhum concorrente que possa chegar perto do Ceará, que se destaca como o futuro do hidrogênio verde", afirmou Cid Gomes.
O assunto foi debatido na 16ª Edição do TCE Debate, com o tema "Hidrogênio Verde: desafios e perspectivas".
Além do senador, estiveram presentes o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, e o diretor executivo Jurídico do Complexo do Pecém, Juvêncio Viana.
Além disso, Cid Gomes destacou que refinarias na Europa estão interessadas em usar hidrogênio verde como combustível de refino.
Outro ponto é que o Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Brasil pode dobrar com as políticas de transição energética.
Já o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, explicou que a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo, com 45% de sua energia proveniente de fontes renováveis, em comparação com 14% da média mundial.
"Isso demonstra o enorme potencial do Brasil em liderar a transição para uma economia mais sustentável. A combinação de energias solar, eólica e hidráulica permite uma produção energética eficiente e menos poluente."
Por outro lado, Juvêncio Viana, diretor executivo Jurídico do Complexo do Pecém, afirmou que estão desenvolvendo estratégias para agregar valor com áreas comuns para investidores, sendo que a infraestrutura já está em desenvolvimento, incluindo energia elétrica e tratamento de água.
"Nossa proposta é criar um ambiente favorável para grandes fornecedoras de energia, especialmente para o mercado europeu. Queremos que não apenas grandes empresas, mas também pequenos empreendedores, possam usufruir desses investimentos. Estamos preparados e trabalhando diariamente para assegurar nosso papel como concorrentes no mercado energético."
Hoje, o Ceará conta com 37 memorandos assinados, dos quais seis evoluíram para pré-contratos.
Nesta fase, os empreendimentos têm áreas reservadas na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará e passam a pagar uma espécie de aluguel por esse espaço.
Vale lembrar ainda que, no fim de junho, foi aprovado o texto-base do marco regulatório do hidrogênio verde (H2V) no Senado Federal, que estabelece incentivos tributários e financeiros para a cadeia produtiva do combustível renovável.
Segundo o projeto, será incentivada a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, inclusive o obtido a partir de fontes renováveis, como o produzido a partir de biomassas, etanol e outros biocombustíveis, e o hidrogênio eletrolítico, usando energias renováveis, tais como solar, eólica, hidráulica, biomassa, etanol, biogás, biometano, gases de aterro, geotérmica “e outras a serem definidas pelo poder público”.