Brasil e EUA olham para impactos da crise climática no mercado de trabalho

Outros focos estão relacionados à necessidade de empregos de qualidade, proteção aos trabalhadores e construção da próxima geração de líderes trabalhistas

Em uma parceria envolvendo o Brasil e os Estados Unidos, os olhares em torno do mercado de trabalho têm se voltado aos impactos da crise climática e do calor extremo, entre outros temas prioritários discutidos nas reuniões do G20 sobre Emprego, nesta semana, em Fortaleza (Ceará).

O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, e a secretária do Trabalho dos Estados Unidos (EUA), Julie Su, deram detalhes sobre o tema à imprensa nesta quinta-feira, 25, em coletiva com jornalistas no Centro de Eventos de Fortaleza.

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A secretária citou alguns dos pontos enfatizados na parceria, como o reconhecimento de que é imprescindível resolver a crise do clima, incluindo uma transição energética justa, e a necessidade de se ter empregos de qualidade em todas as comunidades ao mesmo tempo.

O foco, segundo ela, é melhorar também as proteções aos trabalhadores e fazer cumprir a lei, bem como construir a próxima geração de líderes trabalhistas. Neste sentido, os EUA vão investir US$ 7 milhões para aumentar a voz dos trabalhadores nas políticas climáticas no Brasil e no Chile.

No país norte-americano, o calor extremo é um grande desafio e a principal causa de morte entre todos os fenômenos meteorológicos, pontua Julie. “Mais do que furacões, tornados e inundações combinados. E, por isso, fico muito feliz em ver que estamos enfrentando essa questão no cenário global.”

O ministro Luiz Marinho destaca, a nível mundial, que é fundamental que os países reflitam sobre a prioridade de investimentos para alicerçar um projeto sustentável, tendo em vista que a transição ecológica e energética demanda muitos recursos.

“A transição climática precisa chegar ao chão da fábrica, nas empresas, no ambiente de trabalho. Isso tem que ser observado, e é fundamental que as lideranças vão trabalhando e influenciando os seus respectivos países”, explica Marinho.

Todavia, é necessário pensar de onde virão os recursos para custear as transições verdes e refletir sobre as prioridades, na visão de Luiz. “(São) questões fundamentais para a gente ir alicerçando um projeto com sustentabilidade, porque senão vamos demorar muito para chegar (a transição).”

“Essas são questões que a gente vem refletindo, (...) como contribuição também para que os nossos líderes, em novembro, quem sabe, possam tirar as resoluções que nos levem a um processo mais acelerado dessa transição justa”, acrescenta Marinho.

Questionados se a parceria entre os países deve permanecer mesmo com uma eventual troca na presidência norte-americana com as eleições em novembro, ambos destacaram que a relação entre os países já existe há 200 anos e que deve permanecer independentemente disso.

“Evidentemente que não se quebra a relação de países, mas seguramente, a depender do comportamento, ela esfria ou aquece. Vamos nos relacionar com quem estiver liderando, dirigindo o país”, afirma o ministro.

A parceria visa promover o crescimento econômico inclusivo e fortalecer as lideranças trabalhistas, na visão de Su. "Estamos comprometidos com uma parceria que promove a inclusão e uma economia forte baseada em trabalhadores fortes”.

A união dos países envolve, ainda, um intercâmbio das lideranças trabalhistas. Líderes dos EUA virão ao Brasil e vice-versa para compartilhar e aprender uns com os outros, fortalecendo mais as relações e a geração de líderes, segundo Julie Su.

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