Hapvida fecha parceria de R$ 600 milhões para construção de hospitais em São Paulo e Rio de Janeiro
Empresa fechou um memorando de entendimento com a gestora Riza para o custeio dos estabelecimentos
09:58 | Jul. 23, 2024
No intuito de verticalizar negócios no Sudeste, a Hapvida anunciou um acordo – via memorando de entendimento – com a gestora Riza para a construção de dois novos hospitais nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, com custos estimados em R$ 600 milhões.
Do total a ser investido, R$ 300 milhões serão destinados à aquisição dos terrenos. Outros R$ 300 milhões deverão ser captados pela Riza para o desenvolvimento integral das obras. Os locais já estão em fase final de negociação para aquisição da companhia.
O Goldman Sachs vê o anúncio como uma ligeira vantagem estratégica para a Hapvida, tendo em vista que a estrutura do acordo “traz um aumento de aproximadamente R$ 600 milhões para a expectativa de geração de fluxo de caixa de curto prazo.”
“Saudamos a estratégia da empresa de acelerar outros projetos, visando aumentar sua taxa de verticalização com este espaço adicional no balanço, o que consideramos fundamental para o crescimento nessas regiões após atingir uma virada em termos de rentabilidade”, acrescenta.
A ideia é que o negócio funcione na modalidade “Build to Suit” , em que os imóveis serão construídos de acordo com as especificações do locatário – neste caso, a Hapvida. O prazo de locação está previsto em 20 anos, com opção de renovação por mais duas décadas.
A Hapvida informa que o modo da operação está em linha com sua estratégia de negócio “asset light”, isto é, a qual busca minimizar a posse de ativos físicos, voltando esforços para o aluguel com terceiros.
Isso pode otimizar a alocação de capital para o negócio, segundo informou a empresa em comunicado ao mercado na noite da segunda-feira, 22. “O que possibilitará a aceleração de outros projetos assistenciais previstos no plano de investimentos (capex) de 2024/2025”.
O analista de investimentos do Itaú BBA, Vinicius Figueiredo, não prevê mudanças significativas na estimativa de capex da Hapvida de R$ 1 bilhão para o ano. A instituição mantém recomendação de “compra” para as ações, a um preço-alvo de R$ 6,50 em 2024.
“Não antecipamos uma reação significativa a essa notícia, embora apreciemos o sinal de um foco aumentado na verticalização das operações no Sudeste sem impactar o processo de desalavancagem no curto prazo”, pontua o especialista nesta terça-feira, 23.
O relatório do banco cita, também, que o hospital de São Paulo deve ser “greenfield” – ou seja, em um terreno que nunca foi utilizado anteriormente –, enquanto o do Rio de Janeiro ficaria como “brownfield” – que já possui estruturas ou foi usado antes –, conforme o Brazil Journal.
Além disso, a taxa de capitalização do negócio será de 9,5% ao ano (a.a.) até a sua conclusão. Depois disso, ela cairá para 9% a.a., ajustada anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No geral, quanto maior a taxa, maior é o retorno do investimento.
Para os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira, do Goldman, as taxas de capitalização implicam em uma modesta criação de valor presente líquido para a Hapvida, já que é dois pontos porcentuais menor do que o custo de capital próprio previsto para a empresa.
O Goldman Sachs tem recomendação de “compra” para as ações da companhia, a um preço-alvo de R$ 5,70 em 12 meses. No último pregão, os papéis ordinários da Hapvida fecharam estáveis, a R$ 3,92, mas acumulam queda de 9,68% no ano.
A Hapvida ressalta, ainda, que a conclusão da transação vai depender do cumprimento de certas condições precedentes, “incluindo a conclusão satisfatória de diligência dos ativos objeto de aquisição e a aprovação da transação pelo comitê de investimentos da Riza”.