Com investimento de R$ 20 mi, Grupo Hope mira expansão de lojas em Fortaleza

A maior parte do aporte será destinada para a ampliação da estrutura fabril, que fica localizada em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza

11:47 | Jul. 03, 2024

Por: Fabiana Melo
x (foto: Fabiana Melo/Especial para O POVO)

O Grupo Hope, do setor de moda íntima, praia (beachwear) e esportiva (fitness), chegará aos R$ 20 milhões de investimentos em 2024 em diversas frentes da companhia.

A maior parte do aporte será destinado para a ampliação da estrutura fabril, que fica localizada em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza. O objetivo é aumentar a capacidade produtiva com compras de novos maquinários e melhorias na estrutura.

Também haverá investimentos em marketing e na implementação do modelo de lojas DUO (lojas híbridas com portfólio das marcas Hope e Hope Resort).

Além disso, a empresa prevê atingir o número de 700 lojas em seus diversos formatos em cinco anos. Atualmente, o grupo conta com 280 em todo o Brasil. No Ceará, são apenas três: duas em Fortaleza e uma em Juazeiro do Norte.

Nesse sentido, a sócia-diretora do Grupo Hope, Sandra Chayo, explica que um dos objetivos é aumentar o número de franquias no Estado, porém, não há uma data exata para que isso ocorra.

"Nosso plano de expansão está muito focado nas operações híbridas, que unem as duas marcas do grupo. Eram para cidades menores até o começo do ano, mas agora percebemos a oportunidade de abrir lojas de rua em cidades maiores. Então, Fortaleza, com certeza, cabe loja no modelo DUO. Tem planos, tem espaço. Não sei se nesse ano, mas vai acontecer."

Até maio deste ano, a rede franqueada do grupo registrou aumento de 30% em lojas comparáveis ao igual período de 2023. Para o fechamento total do ano, a projeção do grupo é atingir R$ 430 milhões.

Sobre a produção das peças, a expectativa é que sejam fabricados 9 milhões de itens das marcas da companhia, o que representa um aumento de mais de 20% do que a média de produção dos anos anteriores.

Apenas no segundo semestre, quando a venda dos produtos aumenta mais devido aos dias dos pais, datas de fim etc, serão fabricadas 6 milhões de peças, sendo que, a partir de agosto, a produção aumentará para 1 milhão por mês.

Para suprir a demanda, novos funcionários serão contratados. Desde o começo do ano, já foram chamados mais de 300 funcionários para atuar na fábrica.

Sandra Chayo também destacou a nova tática da empresa de ocupar uma uma fatia do mercado com produtos de preços mais acessíveis para aumentar o público-alvo e competir com outras marcas. A ideia surgiu depois da contratação de uma consultoria, que elaborou um planejamento estratégico.

"Nos últimos três meses, estamos crescendo aceleradamente, com dois dígitos de crescimento. Nossa taxa de crescimento semanal está acima de 30%. Então já está mostrando resultados."


Para evitar desperdício de tecido, fábrica conta com IA 

Na produção fabril, o corte é essencial para evitar o desperdício de tecido. Por isso, o Grupo Hope conta com uma inteligência artificial (IA) da Lectra, empresa francesa, cujo objetivo é montar quebra-cabeças com as modelagens para obter a melhor eficiência possível.

"Hoje, o tecido é a matéria-prima mais cara do produto. Portanto, cabe a nós, na nossa área, fazer o melhor aproveitamento possível", explica Roberto Marques, gerente de corte da empresa.

São seis anos trabalhando com a IA, porém, o software foi desenvolvido com os profissionais da própria empresa, visto que, antes disso, a capacidade humana ganhava da tecnologia.

"Hoje, economizamos cerca de 5% de tecido com o software da Alerta, o que é significativo para quem corta mais de 30 toneladas de tecido por mês. Isso representa uma redução drástica de resíduos, contribuindo para a sustentabilidade ambiental", comenta.

Outro ponto positivo é o tempo. O que antes demorava mais de meia hora, agora se resolve em pouco mais de dez minutos. Assim, há uma máquina automática para o corte, que suporta até 80 camadas de tecidos empilhadas.

Por outro lado, o setor de moda íntima ainda não encontrou uma tecnologia boa o suficiente para a renda, ou seja, todo o processo é realizado de forma manual. "Estamos buscando tecnologias automáticas para cortar rendas, mas ainda não encontramos uma solução plenamente satisfatória", destaca o gerente.

Desse modo, no setor de corte, cerca de 80% do processo é automatizado, e 20% é manual devido à renda. A ideia, no entanto, segundo Roberto Marques é que a atividade seja 100% realizada pela tecnologia.

"Temos contato com empresas indianas e chinesas, que possuem tecnologia avançada para corte de rendas. Apesar disso, a produtividade das máquinas ainda é inferior ao nosso processo manual. Enquanto a máquina corta uma camada de tecido por vez, os trabalhadores cortam de 10 a 20 camadas simultaneamente, o que torna nosso processo mais eficiente."

Projeto incentiva doação de peças íntimas e pijamas

Além da produção, o Grupo Hope desenvolveu o projeto “Doe Esperança”, com o intuito de incentivar a doação de calcinhas, sutiãs e pijamas em todas as suas lojas nacionais.

Por meio de uma pesquisa realizada pela companhia, foi possível perceber que a segunda maior necessidade de mulheres em situação de rua são peças íntimas, atrás apenas de água.

Ademais, um estudo desenvolvido por profissionais da saúde apontou que quando higienizadas em lavanderias industriais, as peças íntimas podem ser utilizadas por outras pessoas, sem qualquer risco de transmissão de doenças ou bactérias.

Diante da concepção de que muitas pessoas descartam suas peças íntimas em bom estado, por acharem que não podem ser doados, a marca quer transformar esse pensamento, a fim de reduzir o descarte desnecessário e, assim, ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social.

“Sabemos o quanto é desafiador o processo de desmistificar a doação de roupas íntimas, mas como marca de lingerie, enxergamos a importância de atender às necessidade básicas daquelas que estão em situação de vulnerabilidade”, afirma a sócia-diretora do Grupo Hope, Sandra Chayo.

"Ao realizar as doações, testemunhei de perto a carência dessas mulheres quando o assunto é calcinha. Ter acesso à roupa íntima vai além do conforto, é uma questão de dignidade e saúde, e nós precisamos reverter essa situação”, finaliza.

Para fazer a doação, basta ir em qualquer loja da Hope e depositar as peças, de qualquer marca e em bom estado de conservação, nas urnas sinalizadas.

Após a coleta, a loja é responsável pela higienização correta e pela distribuição, que poderá ser feita para ONGs, instituições, fundações ou entidades religiosas.

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