Morar em hotel? Conheça o flat, alternativa ao tradicional aluguel

Novos tipos de empreendimentos imobiliários podem ser indicados para quem vive uma rotina corrida; já pensou em morar em um hotel? Conheça então o flat
Autor Mateus Mota/ especial para O POVO
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O cantor e compositor Jorge Ben Jor chamou a atenção alguns anos atrás, quando se tornou o único hóspede do famoso hotel Copacabana Palace durante meses. O artista havia fechado um contrato de estadia prolongada enquanto sua casa era reformada.

No entanto, com o agravamento da Pandemia de Coronavírus e o consequente lockdown, Jorge passou a morar sozinho no centenário hotel carioca. Prática comum entre famosos no Brasil e no exterior, a estadia prolongada em hotéis pode chegar a preços bem altos. 

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Para entender os custos de morar em um hotel, O POVO procurou alguns estabelecimentos em Fortaleza.

Um hotel na Praia de Iracema informou que pode estender a permanência do hóspede por até 4 meses e dá um desconto de 40% para hospedagens a partir de 30 dias corridos. Fazendo as contas, passar 2 meses vivendo no hotel custaria R$ 8.640 por mês.

O preço é alto para a maioria dos brasileiros. Entretanto, para o cidadão comum, os “flats” surgem como uma opção e se coloca entre o aluguel tradicional e a pompa de morar em um hotel. Conheça a seguir e descubra se vale a pena morar em um.

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Morar em hotel: o que é e como funciona o flat?

Imagine um hotel, só que com a vantagem de ser seu refúgio por longos períodos. Esse é o conceito básico do flat, também conhecido como apart-hotel.

Lá, se pode encontrar serviços hoteleiros que não são habituais às moradias convencionais, além de benefícios já costumeiros aos novos edifícios residenciais, como sauna, piscina, academia, salão de festas e outras áreas de lazer.

Morar em hotel: qual a diferença entre flat e apartamento?

Embora à primeira vista possam parecer similares, flats e apartamentos se distinguem em alguns aspectos importantes. O corretor de imóveis Diogo Melo comenta que, alguns anos atrás, os flats se destacavam por geralmente possuírem metragens menores do que a média dos apartamentos.

“Mas com o avanço na construção de estúdios e apartamentos nas metrópoles brasileiras, em contraste ao crescimento dos flats, essa assimetria está diminuindo. Mas, geralmente, um apartamento padrão costuma possuir mais cômodos do que o flat”, explicou.

Morar em hotel: para quem o flat é ideal?

“Hoje, os flats são uma tendência para uma geração mais nova. Em geral, eles querem morar perto do trabalho ou para quem mora e trabalha em cidades diferentes e não, quer ficar em hotel, e sim algo personalizado”, comenta a arquiteta Ana Rozenblit.

Ela cita também como maiores interessados em flats:

  • Pessoas solteiras: geralmente têm uma rotina corrida e não dispõe de tempo para cuidar da casa.
  • Profissionais em trânsito: usualmente, quem viaja a trabalho com frequência e precisa de um lar temporário em diferentes cidades.
  • Estudantes: flats podem ser uma ótima opção para quem estuda fora de casa e busca um ambiente tranquilo para se concentrar nos estudos.

Morar em hotel: vantagens e desvantagens de viver em um flat

“Via de regra viver num flat é mais caro em função dos serviços diferenciados oferecidos como camareira, lavanderia, concierge 24h e outros. Quanto mais opções de serviços, mais oneroso fica o condomínio, que representa a divisão das despesas”, avalia João Freitas, administrador de um apart-hotel no Porto das Dunas.

É importante lembrar que, em alguns lugares do Brasil, os flats podem funcionar de maneira diferente. Por exemplo, em 2005, quando ainda era prefeito de São Paulo, José Serra assinou um decreto que proibiu os flats de atuar como hotéis.

Os flats passaram a ter uso estritamente residencial, respeitando a legislação de uso e ocupação do solo desse tipo de empreendimento. Deixou de ser permitida, por exemplo, a venda de diárias de estadia no balcão ou o oferecimento de serviços típicos de um hotel. Por esse motivo é possível perceber que há muitos restaurantes e bares desativados em flats mais antigos.

João Freitas cita algumas vantagens e desvantagens que são alvo mais recorrente das avaliações dos locatários.

Vantagens:

  • Praticidade: Serviços como limpeza, refeições e lavanderia liberam tempo para outras atividades.
  • Comodidade: Desfrutar de áreas comuns como academia, piscina e sala de jogos sem precisar sair de casa.
  • Segurança: A maioria dos flats possui portaria 24 horas e sistema de segurança, garantindo sua tranquilidade.
  • Menos responsabilidades: Manutenções e reparos na unidade habitacional, ficam geralmente por conta do condomínio

Desvantagens:

  • Espaço: Os flats costumam ser menores que os apartamentos tradicionais.
  • Personalização: As opções de decoração e personalização do ambiente podem ser mais limitadas.
  • Custos: O valor do aluguel de um flat pode ser um pouco mais alto que o de um apartamento comum.

Morar em hotel: vale a pena viver em um flat?

A decisão de morar em um flat depende do estilo de vida e das prioridades do morador. Para os que buscam praticidade, comodidade e menos responsabilidades, o flat pode ser uma excelente opção. No entanto, os que prezam por um espaço amplo e personalizado, um apartamento tradicional pode ser mais adequado.

Apesar do setor imobiliário ver possibilidades de expansão no setor, ainda há quem prefira o modelo tradicional. Foi o caso da publicitária Bárbara Alves, que morou em um flat na região da Praia do Futuro por mais de um ano.

“Dependendo do flat, você acaba só conhecendo o pessoal da portaria. Para mim foi estranho sempre ver caras novas, especialmente nas festas como final do ano e Carnaval. Mesmo tendo vários seguranças, é um entra e sai tão grande que não sei se realmente é seguro. Então acabei voltando para o aluguel tradicional”, comentou.

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