Ceará conta com uma cachaçaria registrada a cada 258,6 mil habitantes
È a nona maior densidade cachaceira do País. Dados do Anuário da Cachaça 2024 mostram que 47,1% dos estabelecimentos do Estado estão localizados em Viçosa
15:02 | Jun. 27, 2024
O Ceará contabilizou em 2023 uma cachaçaria para cada 258.657 habitantes. É o nono estado do País com maior densidade de estabelecimentos do tipo. Sendo que 47,1% deles estão localizados em Viçosa do Ceará.
Com 16 cachaçarias, o município cearense, situado a 326,1 km de Fortaleza, ocupa o quarto lugar no ranking de cidades que contam com 10 ou mais empreendimentos registrados. No Brasil, são 1.217 cachaçarias em operação, um aumento de 7,8% em relação ao ano anterior.
Os dados integram o Anuário da Cachaça 2024 divulgado nesta quinta-feira, dia 27, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ANPAQ e GS1 Brasil.
Com a marca de 504 estabelecimentos registrados, Minas Gerais é o estado com maior número de cachaçarias, o que corresponde a 41,4% das cachaçarias do País. Salinas, a cidade mineira com mais estabelecimentos, um total de 24.
O levantamento mostra ainda que em 722 municípios brasileiros há pelo menos uma cachaçaria, o que representa um aumento da dispersão em 5,4% se comparado a 2022, quando havia ao menos um estabelecimento em 685 municípios brasileiros.
Além de Minas Gerais, destacam-se também os estados de São Paulo, com 11 cachaçarias a mais em relação a 2022, e Paraná, com aumento de 10 cachaçarias em relação ao ano anterior.
Por região, o Sudeste, possui o maior número de estabelecimentos registradas com 819 cachaçarias, concentrando 67,3% do total de cachaçarias do Brasil.
O registro de estabelecimentos, uma formalidade administrativa que autoriza as cachaçarias a funcionarem, é coordenado pelo Mapa e têm a solicitação gratuita que deve ser realizada por meio do Portal Único gov.br, utilizando-se o Sipeagro.
Produtos
Além da concessão do registro de estabelecimento, as cachaçarias devem registrar também os produtos com que pretendem trabalhar. Em 2023, houve um crescimento de 18,5% em relação ao total de produtos registrados que havia em 2022, alcançando o número de 5.998. Atualmente, a média brasileira é de 4,9 cachaças registradas por cachaçaria.
Três novos municípios foram incorporados à lista de cidades que possuem mais de 50 tipos de cachaça diferentes: Viçosa do Ceará, com 53 tipos de cachaça; Cachoeiro de Itapemirim (Espírito Santo), com 67 tipos, e Dracena (São Paulo), com 56 tipos.
A lista, que conta com 12 municípios, tem seu primeiro lugar ocupado pela Capital mineira, Belo Horizonte, com um total de 336 cachaças registradas.
O Estado mineiro também corresponde a 35,7% das cachaças do país e possui o maior número de cachaças registradas, com 2.144 produtos.
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Exportações
O anuário também aponta que houve o crescimento de 0,7% no valor total das exportações, que resultou na marca de US$ 20.242.453, o maior montante da série histórica. O resultado comprova uma valorização de 9,3% do produto exportado, que em 2022 teve o preço médio de 2,15 US$/L e no ano passado chegou a 2,35 US$/L.
O Estados Unidos continua sendo o maior mercado de exportação para a cachaça, avaliado em US$ 4.653.002, representando quase 23% do mercado de exportação de cachaça. Já o continente europeu foi responsável por um mercado de US$ 10.142.990, o que representa 50,1%.
Quando se fala de quantidade de volume exportados, o Paraguai fica em primeiro lugar, com 1.556.475 litros, sendo o destino de 7,7% do produto exportado pelo Brasil em 2023.
Os dados revelam que há países compradores de cachaça em todos os continentes do planeta.
Empregos
O setor de cachaça no Brasil apresenta um histórico de fomento da economia brasileira, além de apontarem a geração de empregos diretos e indiretos em toda a cadeia.
Essa particularidade foi bem caracterizada em 2023, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, a atividade de fabricação de bebidas gerou um estoque de 134.678 empregos diretos em 2023, com variação positiva de 3,35% em relação a 2022.
Neste cenário, 6.371 empregos correspondem à fabricação de aguardente de cana-de-açúcar.
O Nordeste é a segunda região em estoque de empregos, com 2.444 posições, além de apresentar o maior aumento absoluto em números de empregos gerados, com 87 novas posições criadas em 2023, o que equivale a uma variação de 3,69%.