Copom decide por unanimidade manter taxa Selic em 10,5%
Decisão acompanha previsões do mercado e se dá em meio à intensificação de críticas do presidente da República ao do Banco CentralO Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,5%, em consonância com as previsões do mercado.
Em suas justificativas, o Copom argumentou que "o ambiente externo mantém-se adverso, em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países".
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"Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes", acrescentou o Copom quanto ao cenário internacional.
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Quanto à conjuntura nacional, o comitê pontuou que "o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo maior do que o esperado. A inflação cheia ao consumidor tem apresentado trajetória de desinflação, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes".
"As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,0% e 3,8%, respectivamente. As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência* situam-se em 4,0% em 2024 e 3,4% em 2025", complementou o informe.
Nesse sentido, nas justificativas do Copom, foram consideradas "a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis". O órgão disse entender que a decisão converge para manter a inflação dentro da meta. Por fim, o colegiado acenou com a possibilidade de alterações nas próximas reuniões, a depender das conjunturas nacional e internacional.
"O Comitê se manterá vigilante e relembra, como usual, que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta", concluiu o Copom.
A ata do Copom, que deve trazer mais detalhamentos sobre a decisão, será divulgada no próximo dia 25 de junho.
Críticas de Lula
A decisão se dá em meio à intensificação das críticas do presidente da Republica, Luiz Inácio Lula da Silva, ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. Têm direito ao voto, os oito membros do Copom e o presidente do Banco Central.
Vale lembrar que quatro deles foram indicados pelo presidente Lula, inclusive, o principal cotado para assumir o BC, a partir de 2025, Gabriel Muricca Galípolo.