Ceará recebe novo complexo solar com capacidade de abastecer 350 mil residências

| ENERGIA | Localizado em Jaguaretama, projeto tem capacidade de 292 megawatts e ocupa 741 hectares

O Ceará recebeu um novo complexo de energia solar com capacidade de abastecer 350 mil residências, equivalente à produção de 292 megawatts (MW) e investimento aproximado de R$ 1 bilhão. Desenvolvido pela Spic Brasil e a Recurrent Energy, o Complexo Solar Panati gerou 1,4 mil empregos diretos em sua construção, com uma área de 741 hectares na cidade de Jaguaretama.

A infraestrutura, que mantém cerca de 100 empregos fixos, consagrou mais um passo do Estado como um polo de energia renovável no Brasil, em meio à votação do Marco Legal do Hidrogênio Verde (N° 2308/2023) no Senado Federal previsto para ocorrer nesta quarta-feira, dia 19, o que deve dar mais celeridade e segurança jurídica aos projetos de hidrogênio verde (H2V) desenvolvidos na região. 

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O avanço dos projetos, no entanto, vai depender de como será feita a definição do modelo para o subsídio do Governo Federal, segundo o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).

“Nós vamos aguardar primeiro a votação. Nós sabemos que esse projeto do Senado ainda vai para a Câmara dos Deputados para depois ter uma sanção.”

“O estado do Ceará se preparou muito bem para esse novo momento do País e da transição energética pelo mundo, mas dependemos muito da votação que acontecerá no Senado e nos próximos meses na Câmara dos Deputados” acrescentou Elmano no evento de inauguração do Complexo Solar Panati.

O governador destacou, ainda, a rapidez para a conclusão do projeto fotovoltaico em Jaguaretama, após conversas com a Spic Brasil no ano passado. “Nós estamos certos ao dizer que a energia renovável é efetivamente algo muito importante para o desenvolvimento econômico do estado do Ceará.”

A indústria verde é algo que o secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, Salmito Filho, não vê apenas como uma tendência, mas como uma trajetória já consolidada. “O Ceará está preparado, firme, para receber indústrias.”

Todavia, tanto o secretário quanto o governador não mencionaram quais os primeiros projetos de H2V que podem ser impulsionados pela aprovação do marco.

Em 2023, a Spic Brasil firmou um memorando de entendimento com o governo cearense para estudar a viabilidade técnica de sistemas de geração de energia solar, parques eólicos offshore e a produção de hidrogênio verde e azul, com foco no Porto do Pecém, na região metropolitana de Fortaleza.

Incentivos

A diretora-presidente da Spic Brasil, Adriana Waltrick, afirmou que a indústria do H2V necessita de subsídios para se alavancar, assim como ocorreu com a indústria solar e a eólica no passado. “É como um bebê. Para ele criar pernas e sair andando, às vezes, ele precisa de alguma ajuda das entidades públicas, do governo.”

“Estamos exatamente aguardando a regulação. Uma vez aprovada, a gente já tem a tecnologia eleita, que é uma tecnologia própria da Spic, e temos toda a modelagem econômica e financeira, e a ideia de onde serão esses projetos, quem serão os compradores. O projeto está todo estruturado”, disse Adriana sobre o hidrogênio verde.

“A gente imagina que não apenas nós, mas vários empreendedores, tratarão de implementar projetos pilotos (de H2V) inicialmente para em seguida fazer a escala comercial. Então, isso deve levar alguns anos em projetos pilotos, em testes de regiões, de formas de produzir, se é para mercado interno ou se é para mercado externo. E a partir daí, fazer um ‘business plan’ mais robusto e maior”, complementou.

Além disso, a gestora destacou a importância da escolha do Estado para os projetos implementados pela empresa devido aos recursos naturais e ao apoio do governo estadual, que dispõe de regras pragmáticas, conforme Adriana. “Isso ajuda o empreendedor, dado que a gente tem prazos para implementar e para fazer o plano de negócio acontecer.”

Spic Brasil no mercado cearense de energia

O Ceará marcou a entrada da Spic Brasil no segmento fotovoltaico, atrelado à inauguração do Complexo Solar Marangatu no Piauí, no dia 7 de junho. Com uma capacidade de 778 MW, ambos os investimentos somam mais de R$ 2 bilhões, incluindo apoio do Banco do Nordeste (BNB). O BNB foi responsável por 65% do financiamento do projeto cearense, os outros 35% foram via capital próprio dos acionistas.

No início, os dois projetos foram desenvolvidos pela Recurrent, e a Spic entrou na sociedade, com 70%, para a implementação das obras. Agora, apenas a Spic permanecerá na operação. A energia produzida pelos projetos já está 75% comprometida em contratos de compra de longo prazo, mas o restante será negociado no mercado livre. O percentual específico do Ceará não foi divulgado.

Gustavo Vajda, gerente geral da Recurrent Energy Latam, ressaltou, também, a importância do projeto para a transição energética no Brasil: “Estamos orgulhosos em contribuir para a construção de um futuro energético sustentável na região e esperamos desenvolver mais projetos de energia limpa”.

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