Lula diz que pessoa que ele escolher para o BC também deve ter na cabeça meta de crescimento
Presidente disse que vai escolher o novo dirigente da instituição com foco no compromisso do crescimento do País em entrevista à Rádio CBN
10:50 | Jun. 18, 2024

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitou a entrevista que concedeu, na manhã desta terça-feira à Rádio CBN, para tecer mais críticas presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e dizer que vai escolher o novo dirigente da instituição com foco no compromisso do crescimento do País.
"A pessoa que eu escolher para o BC também deve ter na cabeça a meta de crescimento, vou escolher um presidente do Banco Central que seja uma pessoa que tenha compromisso com o desenvolvimento do País e o controle da inflação", emendou.
Nas críticas à autoridade monetária, Lula disse duvidar que Campos Neto tenha mais autonomia do que Henrique Meirelles (que presidiu o BC pelos oito anos de seus dois primeiros mandatos no Palácio do Planalto, de 2003 a 2010).
"O que é importante, é saber a quem Campos Neto é submetido", questionou. E voltou a dizer que o novo presidente do Banco Central será uma pessoa madura, calejada, responsável, que tenha respeito pelo cargo que exerce e que não se submeta às pressões do mercado.
Na entrevista, Lula criticou também o jantar oferecido, na semana passada, pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a Campos Neto, ironizando que a autoridade monetária "quase assumiu a candidatura ao cargo de governo de São Paulo".
E alfinetou: "Tarcísio tem mais influência sobre Campos Neto do que eu, certamente, Tarcísio está achando maravilhosa a taxa de juros a 10,50%."
Lula comparou ainda Campos Neto ao atual senador (ex-juiz e ex-ministro da Justiça) Sérgio Moro, destacando que ele está disposto a fazer o mesmo papel, "com o rabo preso a compromissos políticos".
Outros assuntos abordados por Lula
O presidente participou de entrevista no Jornal da CBN e respondeu sobre diversos assuntos. Dentre os quais a sua surpresa na proporção de isenções e subsídios para empresas em 2025, num montante de R$ 600 bilhões. Ele ainda falou sobre sua decisão por vetar a cobrança de impostos sobre compras a partir de US$ 50 em marketplaces.
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