3,3 milhões de pessoas saem da condição de pobreza no Nordeste, em 11 anos

Apesar da diminuição, 47,43% da população nordestina ainda está em estado de pobreza. Ou seja, quase metade das pessoas

No Nordeste, 3,3 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza em 11 anos, segundo os indicadores monetários.

O cálculo foi feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Os dados são referentes ao período de 2012 a 2023, pelo Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, parte do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), uma unidade da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo Flávio Ataliba, economista e membro do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, as transferências de trabalho, ou seja, a renda da aposentadoria, de pensões e dos benefícios sociais, estão contribuindo mais do que um terço na participação da renda das famílias no Nordeste.

Fator que, provavelmente, contribuiu nesse processo de redução da pobreza.

Apesar dessa diminuição, a análise também aponta que o Nordeste ainda tem 47,43% da população em estado de pobreza.

“Ou seja, quase metade da população nordestina é considerada pobre. É a maior proporção no Brasil. O Norte é 41% e o Sul não chega a 15%, em todo Brasil a média é de 28%, por isso nós temos ainda no Brasil um desafio muito grande”, ressalta Flávio.

 

Outro aspecto observado na pesquisa, mostra que os indicadores de extrema pobreza são mais variáveis quando comparados com os de pobreza.

Enquanto a série do índice de pobreza para o Nordeste apresenta um coeficiente de variação de 5,46%, o mesmo grau para o índice de extrema pobreza é de 18,4%.

De acordo com Flávio, essa diferença é consequência da má distribuição de renda.

"É como se eu tivesse renda hoje e amanhã não conseguisse nada e depois de amanhã também não, e depois eu consigo uma renda um pouco melhor. Então essa flutuação da renda prejudica proporcionalmente os mais pobres e os extremamente pobres. Se comparar entre regiões, o Nordeste sofre mais essa volatilidade”, afirma.

O economista lembra que essa instabilidade é agravada quando há uma crise econômica, porque as pessoas pobres têm mais dificuldade de acessar o mercado de trabalho e de conseguir alguma renda extra.

Esses fatos foram refletidos durante a pandemia de Covid-19, conforme os dados, o segundo maior índice de pobreza desde 2012 no Brasil foi registrado em 2021, com uma estimativa de 78,3 milhões de pessoas (36,9%).

Os dados apontam também que, em 2023, aproximadamente 28% da população brasileira (60,4 milhões de pessoas) estavam em situação de pobreza, o que equivale ao menor índice da série.

Assim, ao comparar os anos de 2012 e 2023, cerca de 8,3 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza no País, sendo a maior parte dessa redução consequência dos dois últimos anos pós-pandemia.

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