África propõe rever arquitetura financeira internacional para acelerar desenvolvimento global

Debate sobre dívidas soberanas e financiamento, com foco nas iniciativas e propostas do continente, acontece paralelamente à reunião de grupo do trabalho do G20

O representante da África na Trilha das Finanças do G20, Oliver Pognon, defendeu uma revisão da arquitetura financeira internacional que promova o desenvolvimento de países daquele continente, dentre outras nações em desenvolvimento, em coletiva de imprensa realizada em Fortaleza.

A declaração foi dada após reunião inédita liderada por representantes africanos, que ocorre paralelamente à 3ª Reunião do Grupo de Trabalho de Arquitetura Financeira Internacional do G20, o grupo das 20 maiores potências econômicas mundiais, além da União Europeia e, desde setembro do ano passado, também da União Africana. O Brasil está presidindo o grupo de forma temporária, em mandato de um ano, que se encerrará em 30 de novembro de 2024. 

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O debate liderado por representantes africanos tratou de dívidas soberanas e financiamento do desenvolvimento, entre outros temas, a partir das perspectivas dos países daquele continente. Para Oliver Pognon, que é também CEO da ALSF, sediada na Costa do Marfim, “a arquitetura internacional precisa ser revista para que o continente africano possa ter todas as suas potencialidades aproveitadas da melhor maneira”.

Ele citou dois dos principais ativos que o continente africano têm para crescer e o quanto esse desenvolvimento, com base em novas estruturas internacionais de financiamento, pode impactar no crescimento da economia mundial.

“Nós temos que levar em consideração a questão populacional e a juventude africana. A gente tem que pensar no que isso vai representar nos próximos 50 anos. A segunda questão são os recursos naturais, minérios e outras riquezas que o continente africano tem para oferecer ao mundo”, elencou Pognon, que é natural do Benim.

“Precisamos de uma nova arquitetura financeira para liberar todas as nossas potencialidades, não só para que o continente africano desfrute disso, mas para que todo o mundo possa desfrutar dessas potencialidades”, ressaltou, lembrando que é preciso equacionar a questão do endividamento externo . “Tomar dinheiro emprestado é uma necessidade, mas o acúmulo das dívidas não é uma fatalidade”, afirmou.

Do ponto de vista interno, Pognon defendeu que entre as estratégias que precisam ser desenvolvidas para o continente, estão a melhor administração dos recursos financeiros e uma maior mobilização dos capitais nacionais, incluindo melhores políticas de impostos. Ele também alertou para a necessidade de que a África desenvolva um mercado próprio de financiamento.

Por sua vez, a representante da trilha de finanças do G20, Mariana Davi, destacou que algumas das proposições feitas pelos países africanos estão vinculadas a uma maior participação e representatividade dessas nações nos organismos financeiros internacionais e a que os bancos multilaterais de desenvolvimento tenham uma atenção maior para as dívidas dos países africanos.

Ela citou, por fim, que as propostas apresentadas pelos representantes da África no G20 estão “vinculadas às prioridades da presidência brasileira no G20 que são: o combate à desigualdade e à pobreza; o combate às mudanças climáticas e a luta pela construção de uma arquitetura financeira mais justa”. (Colaborou Helena Ximenes)

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