Elmano diz que G20 fomenta Ceará como polo do hidrogênio verde para o mundo

Fortaleza é uma das cidades-sede do evento, que iniciou as reuniões presenciais na capital nesta segunda-feira, 10

As reuniões do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, impulsionam o Ceará como polo exportador do hidrogênio verde (H2V) para diversos países, já que Fortaleza é uma das cidades-sede do evento, presidido pelo Brasil neste ano.

A expectativa é que, dentre diversos temas, o encontro fomente discussões sobre financiamentos de instituições financeiras internacionais e fortaleça os compromissos da transição energética.

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A cúpula do G20, com o tema “Brasil 2024, construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, vem pela primeira vez ao Ceará com a terceira reunião do grupo de trabalho (GT) de Arquitetura Financeira Internacional (IFA, em inglês), promovendo debates sobre a ampliação da representatividade nas instituições do sistema financeiro internacional e o fortalecimento dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs, em inglês).

A reunião em solo cearense, de 10 a 12 de junho, possui o objetivo de trazer investimentos em medidas para a redução das desigualdades sociais, combate à fome e à pobreza, bem como uma transição ecológica justa. Outras reuniões técnicas e ministeriais estão previstas para ocorrer no Estado entre os dias 23 e 26 de julho, no GT de Emprego, e nos dias 29 a 31 de outubro, no GT de Educação.

De acordo com o governador do Estado, Elmano de Freitas, o encontro traz possibilidades de repercussões positivas tanto para o H2V quanto para a economia cearense, como a geração de empregos, mas não especificou impactos em números.

“Além de nós podermos ter aqui situações distintas de financiamento das nossas instituições financeiras, que pode também ao Ceará possibilitar mais projetos e benefícios à população”, disse.

A cooperação financeira de instituições multilaterais é muito importante para todos os países em desenvolvimento e, portanto, “reuniões como essa decidem como essas instituições vão atuar espalhadas pelo mundo”, comentou Elmano.

“Quanto mais você tiver uma solidariedade maior, uma cooperação maior, taxa de juros menores, isso favorece muito que a gente possa acelerar o nosso desenvolvimento e fazer inclusão social.”

Neste sentido, apesar de não ter sido ligado ao G20, o investimento de US$ 100 milhões pelo Banco Mundial para adaptar o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) à possibilidade de exportação de hidrogênio verde mostrou o potencial positivo dos aportes internacionais para o Estado, exemplificou o governador Elmano, que vê com bons olhos “sediarmos um encontro que, na vida real, pode representar capacidade de investimento.”

O secretário da Fazenda do Ceará, Fabrízio Gomes, destacou, também, que a eventual queda nas taxas de juros pode possibilitar “uma melhora na negociação com os bancos internacionais, e a gente trazer projetos de investimento baseados também na questão da sustentabilidade”, citou.

“Economicamente ainda tem a questão turística que você mostra para o mundo todo o potencial turístico que o Ceará tem”, acrescentou.

Brasil na Presidência do G20

O G20 conta com presidências rotativas, e ao assumir cada país pode trazer ao debate temas de maior interesse para o seu desenvolvimento.

O Brasil assumiu o posto no dia 1º de dezembro de 2023 e permanecerá até o dia 30 de novembro de 2024. Ao trazer essas reuniões para o Ceará, ele se torna um centro de importantes debates, que podem moldar não só o futuro das finanças globais, como também do Estado.

A secretária de Relações Internacionais do Governo do Estado, Roseane Medeiros, ressalta que a presidência do Brasil trouxe três pilares ao G20.

“Aqui, na presidência do Brasil, nós estamos tratando de temas como desenvolvimento econômico, sustentável, inclusivo, combate à fome e à pobreza, e também a mudança da governança global”, comentou, além de citar a visibilidade para o Ceará como um diferencial.

Encontros do G20 no Ceará

A cúpula do G20 é organizada em duas faixas paralelas de atuação: A Trilha de Sherpas, responsável por supervisionar as negociações, discutir pontos da agenda e coordenar a maior parte do trabalho, e a Trilha de Finanças, que trata de assuntos macroeconômicos e é dividida em sete grupos técnicos: Assuntos do Setor Financeiro, arquitetura Financeira Internacional, Economia Global, Finanças Sustentáveis, Inclusão Financeira, Infraestrutura e Tributação Internacional.

  • 3ª Reunião Técnica GT Arquitetura Financeira Internacional: 10 a 12 de junho (Trilha de Finanças)
  • Parceria global, inclusão digital e infraestrutura: 1 a 3 de julho (Trilha de Finanças)
  • 4ª Reunião Técnica e Reunião Ministerial do GT de Empregos: 23 a 26 de julho (Trilha de Sherpas)
  • 4ª Reunião Técnica e Reunião Ministerial do GT de Educação: 28 a 31 de outubro (Trilha Sherpas)

*Em colaboração com Maria Clara Moreira. Atualizado à 13h45 com correção do cargo do secretário Fabrízio Gomes (Fazenda).

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