Desastre do RS piora avaliação sobre demanda atual e derruba confiança do comércio, afirma FGV
O desastre que aflige o Estado do Rio Grande do Sul provocou uma piora na avaliação sobre a demanda atual, derrubando a confiança do comerciante brasileiro em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 4,0 pontos na passagem de abril para maio, para 91,5 pontos, após duas altas consecutivas. Em médias móveis trimestrais, o indicador cresceu 0,7 ponto, a sexta elevação consecutiva.
"A queda no mês foi totalmente influenciada pela piora das avaliações sobre a demanda no momento presente, que tiveram forte recuo com o impacto do desastre ambiental do Rio Grande do Sul. Em contraste, a estabilidade observada nas expectativas mantém o índice em patamar baixo, sugerindo um cenário de incerteza sobre a retomada do setor, mesmo com a melhora de variáveis macroeconômicas como inflação e emprego", avaliou Geórgia Veloso, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
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Em maio, a queda na confiança ocorreu em cinco dos seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) encolheu 7,9 pontos, para 90,6 pontos. O Índice de Expectativas (IE-COM) avançou 0,1 ponto, para 93,0 pontos, maior nível desde outubro de 2022.
Entre os quesitos que compõem o IE-COM, o item que mede as perspectivas de vendas nos próximos três meses caiu 0,5 ponto, para 92,0 pontos, após dois meses de avanços, e as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses avançaram 0,8 ponto, para 94,2 pontos, maior patamar desde setembro de 2022.
No ISA-COM, o item que avalia o volume de demanda atual tombou 8,3 pontos, para 90,8 pontos. As avaliações sobre a situação atual dos negócios encolheram 7,2 pontos, para 90,6 pontos, após três meses de altas.
Em maio, 26,8% das empresas relataram a demanda insuficiente como um fator limitativo para a expansão dos negócios: essa fatia atingiu 22,1% entre as empresas nos segmentos de bens essenciais (hipermercados e supermercados, farmacêuticos e combustíveis), subindo a 29,7% entre as empresas que comercializam bens não essenciais.
"A melhora sustentada do rendimento familiar acompanhada da maior concessão de crédito aos consumidores proporcionou um alívio aos segmentos de bens não essenciais, resultando na menor diferença de insatisfação sobre demanda insuficiente entre bens essenciais e não essenciais desde agosto de 2022", completou Geórgia Veloso.
A Sondagem do Comércio de maio coletou informações de entre os dias 1º e 27 do mês.
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