BNB prevê crédito a mais de 200 mil mulheres do Bolsa Família e CadÚnico
Com os R$ 500 milhões disponibilizados pelo Governo Federal para este ano no âmbito do Programa Acredita Primeiro Passo, o banco também mira estender aos mais vulneráveis ainda não alcançados pelo CadÚnico
13:47 | Mai. 17, 2024
Com os R$ 500 milhões disponibilizados pelo Governo Federal para este ano, o Banco do Nordeste (BNB) prevê financiamentos para mais de 200 mil mulheres que estejam inseridas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, como as que recebem o Bolsa Família.
Mas também mira estender aos mais vulneráveis que não estão no âmbito do programa e que se encontram na área de atuação da instituição: Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo.
Ao O POVO, Paulo Câmara, presidente do BNB, detalha que a operação faz parte do Programa Acredita, lançado pelo governo Lula (PT), alcançando na instituição o Crediamigo, voltado para o microcrédito, e que hoje já engloba mais de 2 milhões de clientes.
No banco, há especificamente o Crediamigo Delas, voltado a financiar atividades produtivas de empreendedoras formais e informais, mediante a concessão de empréstimos, cujo montante poderá ser utilizado para operações de investimento fixo e capital de giro.
"A gente já tem um percentual expressivo de quem tem acesso ao Crediamigo pelo Cadúnico que chega a 60%. Então a gente vai atrás também das pessoas que não estão. Outro recorte é o de gênero, em que 70% do que opera com a gente é de mulheres."
A ideia é iniciar em no máximo 60 dias com essas operações. O anúncio, segundo Câmara, ficará a cargo de Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Isso porque o montante está no guarda-chuva do Programa Acredita no Primeiro Passo, este especificamente voltado para os inscritos no CadÚnico.
A iniciativa oferece crédito a taxas menores para que as pessoas possam empreender e gerar renda por meio de três linhas de ação: capacitação, empreendedorismo e emprego.
Conforme o Governo Federal, o conjunto de medidas vai beneficiar milhões de brasileiros, especialmente aqueles que estão em situação de vulnerabilidade social.
A estimativa do governo é que, atualmente, 4,6 milhões de pessoas do CadÚnico já empreendem formalmente e 14 milhões desejam abrir seus negócios.
Nacionalmente, o Acredita no Primeiro Passo contará com um aporte inicial de R$ 1 bilhão, sendo R$ 500 milhões liberados em 2024. Esse investimento possibilitará a geração de até R$ 12 bilhões em crédito.
As operações do Acredita no Primeiro Passo poderão chegar a até R$ 21 mil, com limite de crédito no sistema de até R$ 80 mil, equivalente a 30% do faturamento do MEI.
Além disso, 50% dos recursos serão destinados a mulheres empreendedoras, e o programa não cobra taxas do beneficiário referente à utilização do fundo.
Para facilitar o acesso ao crédito, o Governo Federal criou o Fundo Garantidor de Operações (FGO) Acredita no Primeiro Passo, administrado pelo Banco do Brasil.
Esse fundo prevê cobertura de até 100% da operação contratada, eliminando a exigência de avalistas ou bens como garantia para os pequenos empreendedores.
Principais eixos do Programa Acredita
Previsto para começar em julho, o programa pretende realizar, até 2026, cerca de 1,25 milhão de transações de microcrédito, com cada operação avaliada em torno de R$ 6 mil. Este esforço poderá injetar mais de R$ 7,5 bilhões na economia até 2026.
1. Microcrédito para CadÚnico:
O programa Acredita no Primeiro Passo oferece crédito a taxas menores para pessoas inscritas no CadÚnico que desejam abrir ou expandir seus negócios.
O Fundo Garantidor de Operações (FGO) foi criado para garantir as operações, com aporte inicial de R$ 1 bilhão, sendo R$ 500 milhões em 2024.
Os bancos parceiros do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO) oferecerão as linhas de crédito, com cobertura de até 100% da operação e limite de R$ 80 mil.
Pelo menos 50% dos recursos serão destinados a mulheres.
2. Apoio a MEIs e MPEs:
O programa oferece linhas de crédito com taxas competitivas para Microempreendedores Individuais (MEIs) e Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (MPEs).
Há também a opção de renegociação de dívidas vinculadas ao Pronampe.
3. Mercado secundário de crédito imobiliário:
O objetivo é melhorar a liquidez e o acesso ao financiamento no setor, facilitando a compra de imóveis.
4. Eco Invest Brasil:
O programa garante proteção cambial para incentivar investimentos em projetos verdes ambientalmente sustentáveis.