Expansão do 5G em periferias da Grande Fortaleza terá aporte de R$ 146 mi
Brisanet, vencedora do Leilão do 5G no Nordeste, fechou financiamento com o BNDES para implantar tecnologia banda larga em áreas periféricas da região metropolitana
20:07 | Mai. 14, 2024
O projeto de expansão do 5G vai ganhar novo fôlego no Ceará. Serão aportados R$ 146,1 milhões para ampliar a infraestrutura de internet nas periferias de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú e Maranguape. Ao total, mais de 200 mil pessoas serão beneficiadas em 168 comunidades.
Responsável por vencer o Leilão do 5G do Nordeste, a Brisanet, empresas de serviços de internet e telecomunicações, recebeu a concessão de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), proveniente do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).
O projeto, anunciado nesta terça-feira, 14, contou com a presença do ministro da Comunicações, Juscelino Filho, com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, além do CEO da Brisanet, Roberto Nogueira, e dentre outros parlamentares e ativistas.
A iniciativa visa direcionar recursos para a ampliação, aplicação e aperfeiçoamento das redes e serviços de telecomunicações, assim como a pesquisa e implementação de novas tecnologias de conexão, com foco especial na tecnologia 5G/FWA (acesso fixo sem fio, em tradução livre).
Outro objetivo do investimento é reduzir as disparidades regionais e estimular o progresso econômico, social e tecnológico.
O projeto inclui 95 torres de telecomunicações e 95 ERBs (Estações Rádio Base) para a expansão da cobertura do Serviço Móvel Pessoal (SMP). Segundo o CEO da Brisanet, as torres estarão prontas até o fim de junho deste ano.
Além disso, o projeto contempla a instalação de 50.000 modems FWA, que permitem fornecer banda larga sem utilização de fios, usando links de rádio entre uma torre de celular e o domicílio do cliente.
Para Roberto Nogueira, o projeto é um novo meio de reafirmar o compromisso em fornecer acesso à internet de qualidade a todas as localidades.
“A inclusão digital sempre foi nosso maior propósito e o principal motivador da ascensão da Brisanet. Há mais de 25 anos temos investido no Nordeste para enxergar o potencial e as oportunidades que essa região nos oferece”, afirma.
O especialista ressalta que o apoio dos recursos do Fust é um novo meio para aumentar a inovação e a tecnologia em mais espaços.
“Contamos com esse relevante apoio do Programa BNDES Fust para continuar e multiplicar esse impacto por todo Nordeste e Centro-Oeste do Brasil”.
A iniciativa é vista como uma forma promissora para a inclusão digital de crianças e jovens da periferia, analisa Aloizio Mercadante.
“Colocar a banda larga e o 5G nas escolas e periferias vai gerar mais emprego, mais qualidade de vida e mais oportunidade para todos. A luz do século XXI [21] é a internet e nós vamos colocá-la em todas as escolas públicas desse país”.
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O presidente do BNDES relembra que o cenário de disponibilização de banda larga nas escolas e nas favelas foi uma das determinações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nesse sentido, colocamos o uso do Fust como uma prioridade e o projeto da Brisanet é emblemático justamente por isso”, ressaltou.
No cenário de arrecadação geral, Juscelino Filho afirma que os seis contratos assinados voltados para a infraestrutura de telecomunicações de comunidades, favelas e escolas já somam R$ 400 milhões.
“E assim nós vamos continuar: disponibilizando recursos para que a gente avance na antecipação do 5G junto com as operadoras privadas, para que isso chegue o mais rápido possível para a população brasileira”, projetou o ministro das Comunicações.
Representando as comunidades, Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas (Cufa), considera a iniciativa como histórica.
O ativista ressalta que a chegada da internet, além de beneficiar toda a população na área periférica, será uma forma de democratizar o acesso à informação e o fortalecimento das políticas públicas.
“A internet ajuda a ampliar os negócios, a conectar as pessoas, ajuda no processo de educação, no processo de inclusão das pessoas, então viver sem internet hoje é impossível”.