Inflação da cesta básica na Grande Fortaleza é a maior do Brasil

Segundo o Dieese, o salário mínimo no Brasil necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido, em abril, de R$ 6.912,69

Em abril, a inflação de 7,76% da cesta básica em Fortaleza e Região Metropolitana (RM) representou o maior índice do Brasil para o período. 

Isso porque, do conjunto de 12 produtos pesquisados, sete apresentaram alta de preços. Assim o trabalhador fortalezense teve de desembolsar R$ 714,68 para comprar tudo.

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Na análise do custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), o contribuinte teve de comprometer 54,72% do seu salário para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

Mas se o olhar for para uma família padrão, de dois adultos e duas crianças, o gasto para todos ficou em R$ 2.144,04.

Em tempo trabalhando, para adquirir a cesta básica foram necessárias 111h e 21 minutos em abril, tomando como base o salário mínimo vigente no País de R$ 1.412, o que corresponde a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas. 

Os maiores pesos para encarecer os valores foram o tomate (44,39%), a banana (10,51%) e o café (5,41%).

Já dentre os produtos que registraram reduções estão o feijão (-2,88%), o leite (-1,77%) e a manteiga (-1,58%).

Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 7 de maio, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Cesta básica semestral e anual em Fortaleza

Já a cesta básica na avaliação semestral teve inflação de 10,13% e a anual, de janeiro até abril, ficou em 6,70%.

Em suma, a alimentação básica em abril de 2024 (R$ 714,68) está mais cara do que em outubro de 2023 (R$ 648,93) e mais cara do que em abril de 2023 (R$ 669,79).

No semestre, o único item que sofreu redução no preço foi o leite (-1,77%). E elevação foi registrada em dez alimentos, com destaque para o tomate (29,69%), a banana (24,30%) e o feijão (24,05%).

Na série de 12 meses, as maiores reduções foram o feijão (-16,90%), o óleo (-15,93%) e a farinha (-11,52%).

Os itens que apresentaram as maiores inflações foram a banana (34,12%), o tomate (33,26%) e o arroz (23,92%).

Qual o salário mínimo ideal

Segundo o Dieese, o salário mínimo no Brasil necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido, em abril, de R$ 6.912,69 ou 4,9 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.412.

Neste caso a pesquisa tem como base a cesta mais cara, que, em abril, foi a de São Paulo, e leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Para se ter ideia, em março, o valor necessário era de R$ 6.832,20 e correspondeu a 4,84 vezes o piso mínimo.

Em abril de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.676,11 ou 5,13 vezes o valor vigente à época, que era de R$ 1.302.

Nacionalmente, o Dieese ainda aponta que o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 10 das 17 capitais pesquisadas, com as maiores altas em Fortaleza (7,76%), João Pessoa (5,40%), Aracaju (4,84%), Natal (4,44%), Recife (4,24%) e Salvador (3,22%).

Já as reduções mais expressivas foram observadas em Brasília (-2,66%), Rio de Janeiro (-1,37%) e Florianópolis (-1,22%).

Mas foi em São Paulo que os alimentos básicos apresentaram o maior custo no conjunto (R$ 822,24), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 801,15), por Florianópolis (R$ 781,53) e Porto Alegre (R$ 775,63).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 582,11), João Pessoa (R$ 614,75) e Recife (R$ 617,28).

E, por fim, nos quatro primeiros meses de 2024, o custo da cesta básica aumentou em todas as cidades, com destaque para o Nordeste: Recife (14,72%), Salvador (14,14%), Natal (13,70%), Fortaleza (13,37%), João Pessoa (13,36%) e Aracaju (12,54%).

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