Fortescue e Fiec firmam parceria para qualificação na economia verde
Nesta primeira fase de construção, a expectativa é que sejam gerados 5 mil empregos no pico
14:42 | Mai. 07, 2024
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) anunciou nesta terça-feira, 7, uma parceria com a Fortescue, empresa global de energia verde e tecnologia, para estabelecer um grupo de trabalho que vai identificar demandas na área de capacitação de energias renováveis.
A colaboração acontecerá por meio do seu Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Além disso, será dedicado a desenvolver iniciativas de apoio à geração de empregos e qualificação de trabalhadores nos setores ligados à energia renovável e economia verde. Nesta primeira fase de construção, a expectativa é que sejam gerados 5 mil empregos no pico.
No Brasil, a Fortescue desenvolve o projeto para produção de hidrogênio verde (H2V) avaliado em US$ 5 bilhões no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no Estado do Ceará. Em fase de pré-viabilidade, o projeto está avançando segundo o previsto.
Já a etapa de construção dependerá de uma decisão final de investimento a ser tomada pela empresa a partir do próximo ano.
De acordo com Hugo Diogo, gerente de comunidades da Fortescue, o plano de ação possui quatro pilares: educação para uma economia verde, fomento à geração de emprego, potencialização da cadeia de fornecedores locais e pesquisa e desenvolvimento.
"A nossa ideia é contemplar todos os segmentos possíveis, aumentar e potencializar o máximo de impacto a partir desse projeto, e também deixar um legado para todos os outros projetos e para todas as outras iniciativas", explicou.
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Hugo Diogo também afirmou que o objetivo é buscar contemplar a indústria pesada, da descarbonização e da transformação veicular, até a inclusão de populações originárias e populações vulneráveis nesse processo de transição.
Para Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec, o acordo é fundamental para entender quais as necessidades na mão de obra, fora a questão de ser necessário qualificar as pessoas para atender esse mercado.
"Hoje, o que nos deixa feliz em saber é que o Senai tem capacidade para qualificar essas pessoas. Nos últimos dois anos, foram mais de 10 mil pessoas na área de energia, e todos estão empregados. E essa transformação energética pela qual estamos passando, energia solar, energia eólica e agora, em um terceiro momento, o hidrogênio verde, o volume de pessoas que o setor precisa é muito grande."
Ele ressalta, no entanto, que esse projeto precisa ser voltado não só para a Região Metropolitana de Fortaleza, mas também para os outro municípios do Ceará.
No lado da capacitação, Paulo Holanda, diretor regional do Senai Ceará, explicou que tanto o Sesi como o Senai possuem ações na área de energia solar e eólica, porém, o que estão trabalhando é, por exemplo, na distribuição, na segurança do hidrogênio verde ou no escoamento e na operação da eletrólise.
"Essa preparação para o setor hoje inclui não apenas a área das energias, mas também áreas transversais. Vamos precisar na área da construção civil, da metalurgia, da automação, da inteligência artificial, da refrigeração, da mineração. São muitos segmentos industriais que serão diretamente afetados nessa cadeia."
Hoje, a federação atua em 25 segmentos, com um portfólio de 330 cursos de diversas modalidades, seja técnico, de qualificação ou de aperfeiçoamento.
Ademais, Ricardo Cavalcante comenta que os grandes órgãos internacionais acreditam que dificilmente alguém chegará ao custo do hidrogênio verde no Brasil, em virtude de duas coisas: sol e vento. Com isso, o Ceará pode ter o hidrogênio verde mais barato não só do País como do mundo.
"O trabalho da Fortescue aqui é exportar, o Ceará quer exportar esse hidrogênio. Então, com certeza, nós somos imbatíveis em termos de produtividade."