Volume de vendas no comércio cearense cresce 2,5% em fevereiro

Levando em consideração fevereiro de 2023, a alta foi de 10,7% para o setor. No acumulado do ano, o Estado aumentou 9,3%

O volume de vendas no comércio varejista cearense acelerou na passagem dos meses de janeiro para fevereiro e teve um crescimento de 2,5%. O resultado é acima do registrado nacionalmente (1%).

Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Levando em consideração fevereiro de 2023, a alta foi de 10,7% para o setor. No acumulado do ano, o Estado aumentou 9,3%. 

Já na comparação dos últimos 12 meses, houve uma elevação de 8,5%. Com isso, o Ceará obteve o terceiro maior resultado do Brasil, atrás apenas de Tocantins (11%) e Maranhão (9,8%). 

Outro ponto é que a receita nominal do comércio varejista cresceu 1,4% neste mês e 13,3% ante fevereiro de 2023.

Considerando as oito atividades pesquisadas, em relação ao igual mês do ano anterior, apenas duas tiveram taxas negativas: livros, jornais, revistas e papelaria (-47,3%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-11,8%).

As outras seis atividades apresentaram resultados positivos, com a maior contribuição vindo de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (17,9%).

Comércio varejista ampliado segue movimento positivo

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas do Ceará cresceu 2,4% entre janeiro e fevereiro de 2024, também acima da média do País (1,2%).

O setor apresentou, ainda taxas positivas quando comparado  a fevereiro de 2023 (11,1%), no acumulado do ano (9,2%) e nos últimos 12 meses (8%). Além disso, os indicadores de receita nominal avançaram 2,6% neste mês.

Já o setor que mais se destacou foi o de material de construção (19,8%), seguido por veículos, motocicletas, partes e peças (11,9%) e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,3%). 

Entenda o cenário nacional do comércio

Na passagem de janeiro para fevereiro, as vendas no comércio varejista no país aumentaram 1,0% e atingiram o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000.

É a segunda alta consecutiva, após o índice ter registrado crescimento de 2,8% em janeiro. A última vez que o varejo registrou dois meses consecutivos de alta foi em setembro de 2022 (0,5% em agosto e 0,7% em setembro). 

Além disso, seis das oito atividades investigadas na pesquisa avançaram em fevereiro deste ano.

Dentre elas, os destaques foram os setores de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (9,9%) e de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,8%), que exerceram as principais influências sobre o resultado total do comércio varejista.

"Avaliando esse setor sob a ótica de seus subsetores, percebemos que a alta veio da parte de produtos farmacêuticos. Houve um fator inflacionário que precisa ser levado em conta, que resultou em um crescimento de preços, mas um crescimento ainda maior em volume de receitas", lembra o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Já o setor de Outros artigos de uso pessoal e doméstico registrou alta de 4,8% na passagem de janeiro para fevereiro e 9,6% no indicador interanual. O pesquisador do IBGE avaliou a o resultado frente aos resultados recentes do setor.

"É um resultado que é bastante expressivo, pois é o segundo mês consecutivo de crescimento, o que também joga o bimestre para o campo positivo, de um setor que vinha sofrendo. Ao longo de 2023, apenas nos meses de agosto e novembro o resultado não foi negativo. Foi um setor que sofreu por causa de uma crise contábil em algumas empresas grandes que estão nessa atividade, que é muito influenciada por lojas de departamentos, que tiveram lojas físicas fechadas", destaca.

Por outro lado, entre janeiro e fevereiro, houve taxas negativas em dois dos oito grupos de atividades do varejo: Combustíveis e lubrificantes (-2,7%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%).

“Para o setor de Combustíveis e lubrificante, temos o segundo mês com viés negativo, com o dado de janeiro tendo sido mais perto da estabilidade. A queda efetiva em fevereiro tem uma ligação forte a uma base um pouco ais alta pois houve uma recuperação do setor no final de 2023, principalmente com um aumento no volume de receita em novembro e dezembro”, explica o pesquisador.

Já a variação de -0,2% em Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo é avaliada como um movimento lateral, de estabilidade.

O gerente da pesquisa explicou que foi um resultado que segue o mesmo tipo de intensidade dos últimos meses, com exceção a janeiro, quando houve crescimento de 0,8%, sendo um setor que tem variado muito pouco nos últimos 6 meses.

Cristiano acrescentou que pode ser observado um movimento contrário ao que aconteceu até outubro do ano passado, quando o setor tinha um protagonismo tanto para quedas quanto de crescimentos. A atividade deixa esse protagonismo de lado para outras atividades que começam a ter alta volatilidade, como Outros artigos de uso pessoal e doméstico.

“Observa-se uma mudança de foco de consumo nos últimos meses que passa de um cenário de orçamento mais restrito, concentrado em produtos básicos, para um momento com mais espaço para que haja consumo de outros tipos de produtos. Tal cenário tem relação com o aumento do crédito, em virtude da diminuição da taxa básica de juros, assim como crescimento da massa de rendimento real e da população ocupada”, pontua.

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