Grau de concentração de renda segue astronômico, diz presidente do IBGE
Os dados são baseados no Relatório do Ministério da Fazenda, o qual indica que os 10% mais ricos concentraram 51% da renda total do país em 2022O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, afirmou nesta segunda-feira, 8 de abril, por meio da rede social X (antigo Twitter), que o grau de concentração de renda no Brasil continua astronômico.
"Pelo estoque de riqueza acumulada por meio dos registros financeiros, imobiliários e bens de maior valor unitário como automóveis, jóias e outros, o grau de concentração segue astronômico, conforme revela a Receita Federal no Brasil", escreveu.
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Os dados são baseados no Relatório do Ministério da Fazenda, o qual analisou dados das declarações de Imposto de Renda (IR) de 2021 e 2022.
A pesquisa indica que os 10% mais ricos concentraram 51% da renda total do país em 2022. Já a metade dos declarantes, que representa as pessoas com menor renda, detém 14% do total de ganhos.
Em relação a riqueza, que soma bens e direitos declarados no IR, a concentração é ainda maior. Os 10% mais ricos concentram 58% da riqueza nacional.
"Para estar no segmento relativo aos 10% mais ricos no Brasil basta ter remuneração acima de cinco salários-mínimos mensais", finalizou o presidente do IBGE.
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Concentração de renda revela desigualdade de gênero
O estudo sobre o imposto de renda mostra, ainda, a desigualdade de gênero na concentração da renda. Sendo as mulheres 51% da população em idade ativa no país, 43% delas declaram o IR. Do total da renda declarada, apenas 37% é das mulheres e quase 63% é dos homens.
Além disso, a maior isenção de imposto de renda é sobre lucros e dividendos, que é a remuneração dos acionistas de empresas e chega a 35% do total. A segunda maior isenção é de rendimentos de pequenas e microempresas optantes pelo Simples.
Outro dado mostrado no estudo é que quanto maior a renda, maiores são as despesas dedutíveis apresentadas, como despesas médicas, dependentes, previdência.
Já as deduções se concentram em despesas médicas, 38% do total, e da previdência social, 32%. E os 10% mais ricos concentram 41% do valor de todas as despesas dedutíveis no imposto de renda.
Em relação às unidades federativas, o Distrito Federal é a unidade federativa com a maior renda média do país, equivalendo a mais de R$ 14 mil por mês, por pessoa. Em seguida, vem São Paulo e Rio de Janeiro.
Por outro lado, o Maranhão é o estado com a menor renda média, com a metade do valor, pouco mais de R$ 7 mil por mês.
Com Agência Brasil