Roterdã vai focar primeiro no hidrogênio azul e depois no verde; entenda
Isso porque Randolf Weterings, especialista em hidrogênio e responsável por novos negócios do Porto, enfatizou a necessidade de uma abordagem pragmática
12:19 | Abr. 08, 2024
O Porto de Roterdã, localizado nos Países Baixos, vai focar primeiro no hidrogênio azul e, depois, no verde. Foi o que afirmou Randolf Weterings, especialista em hidrogênio e responsável por novos negócios do Porto, em entrevista à Agência epbr.
Isso porque o próprio enfatizou a necessidade de uma abordagem pragmática, em que a utilização do hidrogênio azul permite avançar mais rapidamente. No entanto, o verde é a opção mais viável para longo prazo.
"Neste momento, com o hidrogênio azul, podemos ir muito mais rápido do que diretamente com o verde. Porque com o verde é preciso instalar novos parques eólicos, aumentar a capacidade do eletrolisador, os fabricantes têm que ampliar as suas fábricas etc", explicou.
Segundo Weterings, com o aumento de disponibilidade do hidrogênio verde, haverá um queda no uso do azul. Porém, ainda é cedo para afirmar se será totalmente substituído.
Além disso, explicou que um dos primeiros passos é descarbonizar o hidrogênio cinza, por meio da captura e armazenamento de carbono (CCS), além de implementar diretamente outros projetos de hidrogênio azul e verde.
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"Porto do Pecém tem uma posição única no mundo", afirma especialista
Outro ponto que Randolf Weterings ressaltou foi a posição do Porto do Pecém, no Ceará. "O Porto do Pecém no Brasil tem uma posição única no mundo, onde você pode produzir muito hidrogênio verde. Se você focar na precificação, o Brasil tem as condições ótimas para produzir o hidrogênio verde mais barato", afirmou durante a entrevista.
Em maio de 2023, Ceará e Roterdã lançaram o Corredor Marítimo de Hidrogênio Verde, que tinha o objetivo de aumentar em até 10% as exportações brasileiras com a Holanda.
Além dos quatro pré-contratos, o Ceará possui ainda mais de 30 memorandos de entendimento (MoU) já assinados para produção e exportação de hidrogênio verde no Complexo do Pecém, que significa uma reserva de área na ZPE para empreendimentos da cadeia produtiva de hidrogênio verde no Ceará.
O número de MoU do Estado representa dois terços de todos os já assinados no País para o hidrogênio verde, que registrou um total de 51.