Governo prevê R$ 1 bilhão em obras de segurança hídrica no Ceará até 2026
Secretário nacional de Segurança Hídrica elenca ao O POVO as obras em execução no Estado. Dentre os projetos, recuperações de reservatórios e projeto para comunidades rurais isoladas
12:20 | Abr. 05, 2024
O Ceará conta com a previsão de investimentos do Governo Federal superiores a R$ 1 bilhão para obras de segurança hídrica até o fim de 2026. Nesta sexta-feira, 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), visita o Estado e assina ordem de serviço relacionada ao tema.
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A obra a ser iniciada após a assinatura do presidente será a do Ramal do Salgado de transposição do Rio São Francisco.
Será feito um canal a céu aberto que encurtará em 150 km a viagem das águas do Rio São Francisco até o Açude Castanhão.
Ao O POVO, o secretário nacional de Segurança Hídrica do Ministério de Desenvolvimento Regional, Giuseppe Serra Seca Vieira, explica que a assinatura da ordem de serviço precede a contratação de empresa e apresentação de projeto executivo, para que depois de aprovado a obra possa ser iniciada.
Ele estima que em até três meses o trabalho possa efetivamente iniciar no canteiro de obras. "Espero que dois anos seja o prazo para a execução da obra", destaca.
Giuseppe ressalta que o investimento deve diminuir o tempo de deslocamento das águas até a chegada ao Castanhão, reduzindo o percurso em praticamente 100 km, diminuindo a perda de água e garantindo a gestão eficiente do recurso hídrico.
Somente em liberações de recursos ligadas ao Cinturão das Águas e o Ramal do Salgado da transposição do São Francisco, já beira os R$ 750 milhões somente neste ano, fora o que já foi liberado no ano passado.
O secretário destaca que além desses montantes, há outros projetos que devem ser somados, o que chegaria a aproximadamente R$ 800 milhões em projetos de segurança hídrica no Ceará.
As obras ligadas à transposição do São Francisco são as que mais geram transferências de recursos ao Ceará nesta área. Somente nesta obra do Ramal do Salgado são mais de R$ 622 milhões previstos até o fim da obra, com R$ 400 milhões já encaminhados para construção.
Dentro desse contrato ainda há aplicações para recuperação de reservatórios hídricos, tanto aqueles considerados estratégicos para a própria obra da transposição, que estão sendo contratados pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), além de sistemas de abastecimento de água.
"Temos bastante coisa em andamento. Além do Ramal do Salgado, que é o maior em termos de volume de recursos. Temos anúncio de liberação de mais R$ 100 milhões para continuidade e perspectiva de conclusão do Cinturão das Águas (em 2023 já haviam sido liberados outros R$ 100 milhões) e mais novidades que devem ser anunciadas pelo presidente Lula", disse.
Há ainda termos de compromisso assinados entre o Governo Federal e o Governo do Estado para construção de sistemas de abastecimento para comunidades rurais isoladas, que beira em torno de R$ 70 milhões em investimentos. (Com informações do repórter Armando de Oliveira Lima)
Expectativa de mais novidades a serem anunciadas por Lula
A visita do presidente Lula a Iguatu (Região Centro-Sul do Estado) também deve envolver outros anúncios.
À coluna da jornalista do O POVO, Beatriz Cavalcante, o diretor-presidente da Transnordestina Logística SA (TLSA), Tufi Daher, disse que há expectativa de que Lula anuncie na visita um aditivo de R$ 3,6 bilhões para continuidade das obras da Transnordestina até o Pecém.
O valor se somaria ao empréstimo já tomado de R$ 3,8 bilhões pelo Grupo Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), responsável pelas obras, que teve a última parcela de R$ 811 milhões liberada em outubro pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
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Parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ferrovia terá 1.206 km de extensão em linha principal, atravessando 53 municípios em três estados (Piauí, Ceará e Pernambuco), ligando Eliseu Martins (PI) ao Porto do Pecém (CE), na Região Metropolitana de Fortaleza, passando por Salgueiro (PE).
Ainda conforme a coluna, o objetivo é transformar o Nordeste em polo exportador de minério de ferro e conectar, por trilhos, o sertão e o mar. A fase 1 do empreendimento já alcançou mais de 70% de execução.
Atualmente com os R$ 811 milhões, que era a última parcela do empréstimo anterior, a TLSA está realizando os lotes 4, 5 e 6, até Quixeramobim, sendo 11 lotes no Ceará.
Com a próxima liberação, na primeira parcela, Tufi planeja condições de contratar mais três lotes, que são mais 150 quilômetros. Mas já estima completar os trechos 10 e 11 também, passando por Quixadá, Itapipoca, Baturité, Aracoiaba e Caucaia, onde fica o Pecém.
"Faltam 281 quilômetros para que a gente possa contratar para chegar na primeira fase do projeto até o Pecém."