Preço de itens típicos da Semana Santa varia até 193% em Fortaleza

Procon Fortaleza investigou quanto estão cobrando por peixes, vinhos e pães de coco nas regiões da Capital; Veja listas

20:37 | Mar. 27, 2024

Por: Révinna Nobre
Pesquisadores foram a supermercados e mercados públicos (foto: Yuri Allen/Especial para O Povo)

A diferença no preço do filé de peixe de pescada amarela de 1 quilo (kg) em Fortaleza, na Semana Santa, pode chegar a 193,42% nos supermercados. O valor mais caro do item foi encontrado a R$ 95,89, no bairro da Messejana e a R$ 32,68 no Siqueira.

O levantamento foi divulgado pelo Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon Fortaleza), nesta quarta-feira, 27. A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 22 de março, em 12 supermercados das 12 regionais de Fortaleza.

O órgão também visitou os Mercados Públicos da Messejana, São Sebastião, no Centro, e os Mercados de Peixes da Barra do Ceará e do Mucuripe.

Na pesquisa, o Procon observou que a variação de 1 kg de filé de bacalhau chega a 68,72%. O maior valor do item foi encontrado no Bairro de Fátima, de R$ 129,90, e o menor no Jacarecanga, de R$ 76,99.

Outra alta apresentada pelo Procon Fortaleza foi no salmão. O pescado mais caro foi encontrado também no Bairro de Fátima, a R$ 149,90 e a R$ 99,99, no Jacarecanga. A variação foi de 49,91%.

Veja as maiores variações dos peixes congelados nos supermercados

  • Filé de pescada amarela (1 kg): R$ 32,68 (Siqueira) e R$ 95,89 (Messejana). Variação de 193,42%
  • Filé de tilápia (1 kg): R$ 33,99 (Jacarecanga) e R$ 69,90 (Meireles). Variação de 105,65%
  • Sardinha (inteira 1 kg): R$ 11,29 (Henrique Jorge) e R$ 22,99 (Bairro de Fátima). Variação de 103,63%
  • Tilápia (inteira 1 kg): R$ 15,98 (Monte Castelo) e R$ 28,9 (Meireles). Variação de R$ 80,85%
  • Serra (posta 1 kg): R$ 27,99 (Cidade dos Funcionários) e R$ 47,99 (Messejana). Variação de 71,45%

Veja as maiores variações de peixes frescos dos Mercados Públicos em Fortaleza

  • Cioba (inteira 1 kg): R$ 20 (Barra do Ceará) e R$ 35 (Messejana e Mucuripe). Variação de 25%
  • Sirigado (filé 1 kg): R$ 40 (Barra do Ceará) e R$ 75 (Mucuripe). Variação de 87,50%
  • Pargo (filé 1 kg): R$ 35 (Barra do Ceará) e R$ 65 (Mucuripe). Variação de 85,71%

Variação do pão de coco e do vinho

Outro produto tradicional da Semana Santa que pode sofrer variação é o pão de coco. O item chega a variar até 47%, custando R$ 6,90 no Bairro de Fátima e R$ 10,15 no Siqueira.

Entre os vinhos, uma garrafa de 750 mililitros (ml), da mesma marca, pode ser encontrada de R$ 10,52, na Messejana e a R$ 26,09 no Monte Castelo.

De acordo com o presidente do Procon Fortaleza, Wellington Sabóia, os estabelecimentos não podem aumentar os preços justificando apenas a alta procura dos produtos da Semana Santa.

"O Código de Defesa do Consumidor proíbe a elevação de preços sem justa causa, o que pode ficar caracterizado como prática abusiva, passível de diversas penalidades, desde a interdição do local à multa que pode passar dos R$ 17 milhões", explica.

Veja as maiores variações de vinhos e espumantes em Fortaleza

  • Vinho tinto nacional de 750 ml (Pérgola): R$ 10,52 (Messejana) e R$ 26,09 (Monte Castelo). Variação de 148%
  • Vinho tinto nacional de 750 ml (Miolo): R$ 39,99 (Siqueira) e R$ 89,99 (Parangaba). Variação de 125%
  • Espumante de 660 ml (Cidra Cereser): R$ 11,99 (Cidade dos Funcionários) e R$ 22,99 (Jacarecanga). Variação de 91,74%

Veja as variações do pão de coco (1 kg) em Fortaleza

  • R$ 6,90 - Bairro de Fátima
  • R$ 6,99 - Edson Queiroz
  • R$ 7,79 - Henrique Jorge
  • R$ 7,99 - Messejana
  • R$ 8,49 - Cidade dos Funcionários
  • R$ 8,59 - Parangaba
  • R$ 8,79 - Monte Castelo
  • R$ 8,99 - Jangurussu
  • R$ 8,99 - Centro
  • R$ 9,39 - Jacarecanga
  • R$ 9,94 - Passaré
  • R$ 10,15 - Siqueira

Dicas do Procon Fortaleza

  • Para os peixes frescos, o cuidado deve ser a conservação, pois devem estar bem armazenados e em gelo. Verifique sua aparência observando se os olhos estão brilhantes e as escamas bem presas ao corpo.
  • Observe se a pele do peixe é clara e uniforme. Não devem existir manchas avermelhadas ou pontos escuros, indicando bolor, nem a presença de algum pó branco ou cinza na pele, indicando que o bacalhau foi mal conservado ou processado.
  • Procure conhecer a procedência do bacalhau e cuidado para não comprar peixe salgado no lugar de bacalhau. Uma boa dica é verificar na embalagem informações se o produto é tipo bacalhau e qual a espécie do peixe.
  • Se houver divergência de preços entre o valor anunciado com o registrado no caixa, o consumidor deve pagar sempre o menor valor.
  • Fique atento às informações detalhadas sobre data de validade do produto, peso e composição. A embalagem deve estar em boas condições de armazenamento, verificando se não há amassados ou furos que podem contaminar o produto.

O POVO e o Procon Fortaleza firmaram, em janeiro de 2024, uma parceria inédita, que deu início ao projeto Preço Comparado - Supermercados. Mensalmente, o órgão disponibiliza, em primeira mão, uma pesquisa de preços de 100 itens em 36 supermercados da capital. O POVO seleciona 20 itens de 13 estabelecimentos para uma análise a partir de um determinado tema. A lista completa e todos os comparativos estão disponíveis no OP+.

Escolhas da Páscoa

Para muitos, a Semana Santa também é sinônimo de um momento entre pessoas queridas e mesa posta. No cardápio, os pescados são os favoritos e podem ser acompanhados de vinhos. Como escolher cada item?

Na hora de selecionar o peixe, o fornecedor deve ser o primeiro item analisado pelo consumidor, conforme explica a nutricionista Rafaela Rocha. O local, ela detalha, precisa ter alvará sanitário de funcionamento e seguir as boas práticas de manipulação e armazenamento desse alimento.

Se a opção for o peixe fresco, verifique se o corpo está limpo, se apresenta um brilho metálico, e se os olhos estão brilhantes e transparentes, ocupando toda a órbita. As guelras precisam estar rosas ou vermelhas úmidas e o pescado não pode ter cheiro de putrefação. A refrigeração deve ser de 4°C.

O peixe congelado também exige alguns cuidados: deve estar sem cristais de gelo, ausência de água na embalagem, inexistência de sinais de descongelamento e precisa ficar armazenado em freezer com temperatura de 18°C.

Além de saborosos, os peixes também oferecem vários benefícios à saúde. “O peixe tem proteína de alto valor biológico e fácil digestão, super-recomendado para crianças, idosos e adultos saudáveis”, explica a nutricionista.

Conforme ela explica, o peixe é rico em gordura boa, o ômega 3, que protege contra doenças cardiovasculares, ajuda no tratamento de depressão, ansiedade, memória deficiente e previne do Alzheimer e de doenças inflamatórias, como dermatites e alergias.

Em harmonia

Segundo a sommelière Karime Loureiro, a leveza e o frescor dos pratos à base de pescados devem também estar presentes nos vinhos que irão acompanhá-los. Além da harmonização de sabores, ela lembra de outros fatores que, muitas vezes, não são levados em consideração, como a temperatura do ambiente. Nesse cenário, a pedida são os vinhos brancos mais frescos, como Blanc, Chardonnay e Pinot Grigio.

O espumante Brut é a escolha certa para quem não quer arriscar. “Ele tem o gás, a acidez alta, é versátil”, explica Karime Loureiro, sommelière.

Outras opções são o espumante Brut, que combina com entradas, salgadinhos e queijos; o vinho verde, ideal para acompanhar o bacalhau, e o rosé, que harmoniza com frutos do mar, peixe grelhado e salada.

Para quem não dispensa um vinho tinto, Karime indica os produzidos com uva Pinot Noir europeia. “Eles têm regiões frias, que fazem vinhos menos tânicos e mais ácidos”, explica a sommeliere. Na lista de nacionais, um Gamay é sinônimo de leveza e também de boa combinação.

Segundo a sommelière Karime Loureiro, o Brasil produz excelentes vinhos espumantes. São alternativas saborosas mais acessíveis.

As sobremesas também podem ser acompanhadas pelos destilados, mas Karime alerta: “elas jamais podem ser mais doces que o vinho”.

Assim, uma cheesecake à base de frutas, como vermelhas ou amarelas, pode ser servida com um moscatel branco ou rosé. Já os doces com amêndoas também podem ser harmonizados com os vinhos late harvest, ou vinhos de colheita tardia.

O chocolate, estrela da Páscoa, pede o tradicional Vinho do Porto como acompanhamento. “Para as sobremesas com chocolates, vinho do porto tawny e vinho do porto rubi, sendo esse segundo para o chocolate em si”.

Os frutos do mar têm alta concentração de iodo. Quando a substância se encontra com o tanino do vinho, a combinação causa uma sensação de metalizado. “Se sua opção for, impreterivelmente, um vinho tinto para acompanhar os frutos do mar, pegue o mais leve possível, como um Pinot Noir ou um Gamay”, explica Karime. (Colaborou Larissa Viegas)

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