Em dia de Copom, IPCA para 2024 sobe de 3,77% a 3,79% e, para 2025, de 3,51% a 3,52%, diz Focus
O Comitê de Política Monetária do Banco Central de março já vai começar com uma notícia desfavorável nesta terça-feira, 19. Na abertura dos trabalhos, prevista para as 10h30, o colegiado terá de avaliar a piora das expectativas de inflação no horizonte relevante no Boletim Focus.
A projeção para o IPCA - índice de inflação oficial - subiu de 3,77% para 3,79%, ainda menor que a estimativa de um mês antes, de 3,82%. Para 2025, foco da política monetária, também houve deterioração, de 3,51% para 3,52%, mesma mediana de quatro semanas atrás.
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Essas estimativas serão consideradas pelo Copom na reunião que se inicia nesta terça. No encontro anterior, as medianas da Focus estavam em 3,81% e 3,50%, respectivamente. Já as projeções oficiais do BC eram de 3,5% e 3,2%, nessa ordem. Para a definição da taxa Selic, todas as 55 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast projetam o sexto corte consecutivo de 0,50 ponto porcentual, de 11,25% para 10,75% ao ano.
Na pesquisa Focus, considerando as 112 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,75% para 3,71%. Para 2025, a projeção subiu de 3,50% para 3,55%, considerando 111 atualizações no período.
Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 37ª semana consecutiva - seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 37 semanas.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
Projeção suavizada
Os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana, de 3,51% para 3,45%, de 3,73% há um mês.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. Mas, como mostrou o Estadão/Broadcast, com a chegada de mais diretores do Banco Central indicados por Lula em janeiro, o decreto da meta de inflação poderia ser finalmente publicado.
Curto prazo
Após o IPCA de fevereiro (0,83%), os economistas do mercado financeiro reduziram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus desta terça. A mediana para março de 2024 cedeu de 0,24% para 0,22%. Há um mês, a expectativa era de 0,24%. Para o IPCA de abril, a estimativa baixou de 0,35% para 0,31%, de 0,36% um mês antes. No caso de maio, que passou a fazer parte do relatório hoje, a projeção passou de 0,22% para 0,21%, contra 0,22% há quatro semanas.