Com prejuízo de R$ 2,6 bilhões, Natura & Co apresenta tendências encorajadoras para Goldman Sachs

Natura & Co teve um prejuízo maior do que o apresentado no quarto trimestre de 2022, quando recuou R$ 890 milhões

A empresa de cosméticos Natura & Co registrou um prejuízo líquido de R$ 2,66 bilhões no quarto trimestre de 2023, divulgado na madrugada desta terça-feira, 12. Para os analistas de investimentos do banco Goldman Sachs, no entanto, os resultados foram considerados “mistos” e possuem "tendências encorajadoras".

A organização com capital aberto na Brasil, Bolsa, Balcão (B3) teve um prejuízo maior do que o apresentado no quarto trimestre de 2022, quando recuou R$ 890 milhões. Os impactos foram vistos em operações descontinuadas, como a venda da The Body Shop, e no “impairment” da Avon de -R$ 664 milhões, isto é, a deterioração dos ativos.

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“As despesas tributárias também foram maiores neste trimestre em comparação com o mesmo período de 2022 devido ao mix entre países lucrativos e deficitários. No ano, o lucro líquido foi de R$ 3 bilhões”, detalhou a Natura, citando ainda a aprovação de dividendos aos acionistas no valor de R$ 979 milhões, com melhora na rentabilidade e posição de caixa.

O crescimento da marca Natura no Brasil, ganhos gerais de margens atrelados à otimização do portfólio, efeitos positivos do mix, aumento de preços e controle de despesas gerais e administrativas foram os tópicos positivos do balanço citados pelos especialistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, do Goldman Sachs.

Já o alto nível de despesas de reestruturação e não recorrentes impactaram os dados – com efeito líquido de R$ 500 milhões –; além dos elevados custos de transformação – R$ 225 milhões aproximadamente –, que podem incluir reestruturações e mudanças organizacionais. É o que disse o banco de investimentos em relatório desta terça-feira.

“A gestão observou que espera continuar a ver volatilidade na receita, mas com ganhos de margem em base anual”, acrescentou o Goldman Sachs. A receita líquida da Natura & Co ficou em R$ 6,61 bilhões nos últimos três meses do ano passado, com queda de 17,4% na comparação anual.

Um dos principais indicadores financeiros no mercado de capitais, o Ebitda ajustado da companhia – referente ao lucro antes de juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês – foi de R$ 670,6 milhões no período. Já a margem Ebitda ajustada subiu 10,1%. Para a Natura & Co, as margens na América Latina e no âmbito internacional ajudaram.

“Certos obstáculos operacionais e comerciais agora estão sendo mitigados ou estão em um estágio mais maduro, mas os fatores de risco continuam a existir – por exemplo, escassez de inventário na Natura Brasil e ajustes em andamento no México e Chile –”, acrescentaram os analistas do banco de investimentos.

Já o diretor-presidente da Natura & Co, Fábio Barbosa, comentou que as margens e geração de caixa continuarão como prioridades no curto prazo, "abrindo caminho para investimentos adicionais em marcas e tecnologia", citou.

"Em 2024, a alocação de capital continuará sendo um fator crítico para a criação de valor futuro, com foco em investimentos nos principais mercados e projetos. Ainda esperamos volatilidade na receita, mas com melhora de rentabilidade no ano", complementou Barbosa.

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