Carreira da mulher pode ser prejudicada com a sobrecarga das atividades domésticas

Dados do IBGE constataram que as mulheres gastam o dobro de horas, no Ceará, para a atividade doméstica e o cuidado de pessoas

Atribuída majoritariamente às mulheres, a divisão desigual das atividades domésticas pode atrapalhar, em sua grande maioria, o crescimento social e econômico destas.

No Ceará, as mulheres dedicam quase o dobro de horas para o trabalho doméstico e cuidados de pessoas em comparação a homens no Ceará. 

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O grupo feminino a partir de 14 anos de idade concede, em média, 24,4 horas semanais a esses afazeres e o masculino, 12,6 horas.

Os dados são da terceira edição do estudo "Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil", divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira, 8, referentes ao ano de 2022.

A sobrecarga dos afazeres domésticos imposta na figura feminina impacta tanto na inserção, quanto na permanência e no crescimento de carreira, analisa Ana Diniz, professora e coordenadora do Núcleo de Estudos de Diversidade e Inclusão no Trabalho do Insper.

No percentual de inatividade, a professora destaca que mais mulheres, em comparação aos homens, com idade ativa, não estão trabalhando nem procurando trabalho devido à dedicação aos trabalhos domésticos e aos cuidados de dependentes.

"Isso acontece tanto com mulheres com filhos, que é muito recorrente, mas também com a parte daquele grupo que a gente denomina nem-nem, que é o grupo que nem estuda nem trabalha porque se responsabilizam pelo trabalho doméstico e pelo cuidado dos dependentes quando outros adultos da casa se inserem no mercado de trabalho".

Já a permanência no trabalho é impactado pela sobrecarga da atividade, principalmente quando a mulher têm mais de um filho, já que, na maioria das vezes, ocorre uma pausa na carreira.

"Uma pesquisa divulgada recentemente no The Economist, mostrou que existe uma penalidade materna, ou seja, uma queda salarial abrupta, especialmente nos países desenvolvidos e em parte dos países em desenvolvimento".

Na questão do desenvolvimento econômico do País, caso fosse remunerado e também reconhecido, haveria um grande impacto na economia.

"Um ponto de atenção, num duplo sentido, a economia perde na medida em que ela não valoriza o trabalho e ao mesmo tempo precisamos, enquanto sociedade, reconhecer o trabalho fundamental para a própria essência e desenvolvimento econômico", detalha Ana Diniz.

Para uma mitigação do problema, a especialista analisa que exista uma corresponsabilização das instituições governamentais e também das empresas.

Ana sugere que haja um compartilhamento do trabalho por meio do provimento de creches e trabalhos flexíveis.

"A conciliação dessa mulher com a dinâmica do trabalho e da casa, por meio do estímulo da responsabilização masculina. Então existem mecanismos, mas com o objetivo final de compartilhar responsabilidade do provimento das atividades relacionadas ao cuidado e ao trabalho doméstico".

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