UE prevê crescimento mais fraco da zona do euro e inflação abaixo de 3% em 2024
A zona do euro terá crescimento abaixo do esperado em 2024, entrando neste ano em ritmo mais fraco depois de evitar por pouco uma recessão técnica e estagnar no segundo semestre de 2023, segundo relatório de projeções econômicas da Comissão Europeia publicado nesta quinta-feira. Por outro lado, a inflação deve acelerar sua trajetória de queda, mantendo uma evolução moderada dos preços.
Na edição de inverno de seu relatório de projeções, a Comissão Europeia - braço executivo da União Europeia (UE) - cortou a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 2024, de 1,2% em novembro para 0,8% agora. E apesar de esperar uma "aceleração gradual" da economia ao longo deste ano, a Comissão também rebaixou a projeção para o PIB em 2025, de 1,6% a 1,5%.
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No documento, o órgão explica que a piora nas perspectivas para os próximos dois anos tem como base as taxas de crescimento mais baixas do que o esperado em 2023, em um quadro de queda do poder de compra doméstico, colapso da demanda externa, forte aperto monetário e retirada parcial do apoio fiscal. A Comissão reduziu sua estimativa para o crescimento do PIB em 2023, de 0,6% para 0,5%.
Contudo, a Comissão destaca que "há também notícias positivas" desde novembro. O órgão estima que a inflação deve acelerar trajetória de queda em 2024, apoiada por baixa nos preços de energia. O relatório nota que a oferta superior à demanda tem aliviado a pressão sobre os preços e que, mesmo em meio à pressão de custos de frete com os conflitos no Oriente Médio, a inflação subjacente manteve trajetória de baixa.
A Comissão Europeia prevê que a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) deve cair de 5,4% em 2023 para 2,7% em 2024 e 2,2% em 2025, se aproximando da meta do Banco Central Europeu (BCE), de taxa de 2%. Anteriormente, a estimativa para 2023 era de 5,6% e a projeção para 2024 era de 3,2%. A de 2025 ficou inalterada.
Para o órgão, a queda da inflação e a continuidade da força do mercado de trabalho - representada pelo crescimento dos salários e emprego resiliente - devem criar um ambiente propício para o fortalecimento da economia neste ano. Além disso, a Comissão espera uma normalização do comércio com parceiros externos e relaxamento das condições de crédito mais cedo que o antecipado.