Endividamento e inadimplência do consumidor de Fortaleza recuam em 2023

Taxa de endividamento registrou uma queda de 5 pontos percentuais em comparação a 2023. Resultado do relatório indica que gasto corrente contribui para situação

20:48 | Jan. 15, 2024

Por: Révinna Nobre
Dívidas: técnicos e especialistas em educação financeira estarão em 27 agências centrais dos Correios (foto: FCO FONTENELE)

A taxa de consumidores endividados em Fortaleza caiu de 75,8%, em janeiro de 2023, para 70,8%, em janeiro de 2024. Já o índice de inadimplência registrou uma queda de 1,1% no mesmo período.

O levantamento foi feito na primeira pesquisa de Endividamento do Consumidor de Fortaleza deste ano, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE).

Em comparação ao mês anterior, foi identificado uma estabilidade no índice de endividamento na capital cearense e um crescimento de 0,4% na taxa de inadimplência.

Na questão de comprometimento da renda familiar, foi apresentado uma estabilização no comparativo entre janeiro desse ano e o mesmo período do ano anterior.

Já em relação a janeiro deste ano com o mês passado, o levantamento mostrou um crescimento de 0,3% na taxa de comprometimento.

O endividamento médio é de R$ 1.799 com prazo médio de oito meses para o seu vencimento total.

O cartão de crédito é o instrumento mais utilizado pelos consumidores, citado por 74,5% dos entrevistados. O financiamento bancário, como de veículos e imóveis, é apontado por 17,5% dos fortalezenses.

Outro meio usado é o empréstimo pessoal, apresentado por 10,6% do público participante da pesquisa e os carnês e crediários, representados com 5,3%.

Os resultados do relatório revelam que são os gastos correntes que predominantemente contribuem para o endividamento, destacando-se aquisição de alimentos a prazo, mencionada por 51,5% dos entrevistados.

Além disso, observa-se o comprometimento financeiro com o pagamento de aluguel residencial (16,0%), a cobertura de despesas relacionadas à saúde (12,6%) e a educação (11,2%).

Quanto aos consumidores com dívidas pendentes ou contas em atraso, a queda passou de 21,7%, em janeiro do ano passado, para 20,2% neste mês. Houve também uma diminuição de 0,4% em relação a dezembro de 2023.

O desempenho foi o melhor resultado desde março de 2020, que registrou 19,8%, segundo o relatório.

O tempo médio de atraso é de 77 dias. A principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, citado por 61,9% dos entrevistados.

O segundo motivo mais mencionado é a necessidade de se adiar o pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades, com 39,4% das respostas, seguido da contestação das obrigações (5,6%) e a perda de prazo por esquecimento (5,2%).

A pesquisa também revela que 79,3% dos consumidores fortalezenses afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos gastos e rendimentos.

10,8% dos entrevistados relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos. 9,9% informaram não possuir orçamento nem controle das finanças.

Confira os problemas mais apresentados para o endividamento

  • A falta de orçamento e controle dos gastos, com 48,8% das respostas;
  • Gastos imprevistos, com 26,1%;
  • O aumento dos gastos considerados essenciais, com 22,5%;
  • As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 19,4%;
  • Redução dos rendimentos, com 17,5%;
  • Desemprego, com 16,2%.

Consumidores apresentam confiança para 2024

O Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC) registrou 121,7 pontos em janeiro. O crescimento foi de 0,7% em comparação ao último mês de dezembro, que apontou 120,8 pontos.

A pesquisa também foi realizada pela Fecomércio-CE, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).

O índice apresentado pelo ICC demonstra confiança para 2024, afirma Cláudia Brilhante, Diretora Institucional da Fecomércio-CE.

“Então iniciamos o ano com boas notícias e com dados da economia positiva. O Índice de Confiança do Consumidor também teve um resultado positivo, nós tivemos um acréscimo em relação a dezembro e isso mostra que o consumidor está organizado e acreditando que a economia do país tende a melhorar”, explica Cláudia.

A melhoria da confiança do consumidor tem sido acompanhada do aumento da intenção de compra mensal, afetando positivamente a economia local.

A melhoria do ICC decorreu das variações dos seus dois componentes. O Índice de Situação Presente (ISP) caiu 1,5%, passando de 115,2 pontos em dezembro de 2023, para 113,5 pontos em janeiro de 2024.

Já o Índice das Expectativas Futuras (IEF) apontou um aumento de 2,1% em comparação ao mês anterior.

Expectativa dos consumidores

Em janeiro, mais da metade dos consumidores (54,9%) avaliou o período como propício para a aquisição de bens duráveis.

O perfil dos entrevistados com maior disposição de ir às compras destaca-se pelo predomínio do grupo masculino, com 59,2% das respostas afirmativas, com idade entre 18 e 24 anos (63,5%) e com renda familiar mensal entre cinco e dez salários-mínimos (68,2%).

O relatório também mostra que 73,5% dos entrevistados consideram que a situação financeira atual está “melhor ou muito melhor” no período de um ano.

Para as expectativas futuras, há otimismo. 84,4% dos entrevistados acreditam em uma vida financeira positiva.

Sobre a percepção do ambiente econômico nacional, há confiança no cenário nacional. 66,5% acreditam em melhora nos próximos doze meses.

Pretensão de compra dos consumidores

A taxa de intenção de compra passou de 32,1% em janeiro do ano anterior, para 49,7% na medição atual. O crescimento foi de 17,6%.

Em relação a dezembro, a taxa aumentou 1,5% em janeiro.

A taxa de pretensão de compra se concentra nos consumidores do sexo masculino (52,3%), com idade entre 25 e 34 anos (62,9%) e renda familiar mensal entre cinco e dez salários-mínimos (64,8%).

O valor médio das compras é calculado em R$ 597,09.

Veja a lista dos itens mais procurados pelos entrevistados

  • Artigos de vestuário: 40%;
  • Calçados: 28,2%;
  • Televisores: 18,5%;
  • Geladeiras e refrigeradores: 14,9%;
  • Móveis e artigos de decoração: 13,3%;
  • Aparelhos de telefonia celular e smartphones: 10%;
  • Fogões: 9,4%;
  • Máquina de lavar roupa: 8,7%.

Veja a comparação entre 2023 e 2024

Confira abaixo

Consumidores endividados

  • 2023: 75,8%;
  • 2024: 70,8%.

Dívidas pendentes ou contas em atraso

  • 2023: 21,7%;
  • 2024: 20,2%.

Taxa de intenção de compra

  • 2023: 32,1%;
  • 2024: 49,7%.

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