Taxa máxima de juros do consignado do INSS reduz para 1,76%; veja valores

Já para as operações na modalidade de cartão de crédito e cartão consignado de benefício, o índice máximo caiu de 2,67% para 2,61%

09:39 | Jan. 12, 2024

Por: Fabiana Melo
Os novos valores começam a valer em oito dias úteis (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou por unanimidade mais uma redução dos tetos de juros dos consignados para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Assim, o limite para o empréstimo com desconto em folha caiu de 1,80% para 1,76%. A reunião foi realizada nesta quinta-feira, 11. Veja as taxas praticadas por cada banco mais abaixo.

Já para as operações na modalidade de cartão de crédito e cartão consignado de benefício, o índice máximo caiu de 2,67% para 2,61%. Em um ano, as taxas acumulam queda de 17,7%. Os novos valores começam a valer em oito dias úteis.

Durante a reunião, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, reafirmou seu compromisso em levar ao Conselho taxas de juros mais baixas, a fim de beneficiar os segurados da Previdência Social e incentivar a economia do País.

"Mais da metade dos municípios do Brasil tem a economia movimentada pelos recursos que a Previdência repassa. Isso é dinheiro que movimenta a nossa economia", disse.

Dirigindo-se aos conselheiros, o ministro também deu dados atualizados sobre o tempo de espera e a fila para receber benefícios do INSS. Segundo Lupi, em dezembro o tempo médio de espera dos segurados ficou em 49 dias. 

"Neste ano, chegaremos aos 30 dias. O segurado que pedir benefício terá uma resposta em 30 dias. Seja positiva ou negativa”, afirmou.

Saiba quanto cada banco cobra nos juros do consignado do INSS

Estão disponíveis no portal do INSS e no aplicativo Meu INSS as taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras no Brasil. Os segurados poderão consultar em qual banco a taxa de juros está mais favorável e fazer a portabilidade do empréstimo.

No aplicativo ou site, ao selecionar o serviço "extrato de empréstimos", opção "instituições e taxas", os juros estarão disponíveis para que o segurado verifique qual a taxa mais vantajosa antes de pegar o empréstimo. Veja logo abaixo a média dos juros:

  • Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob): 1,4% ao mês
  • Nubank (Nu Financeira): 1,56% ao mês
  • Financeira Alfa: 1,46% ao mês
  • CooperJohnson: 1,47% ao mês
  • Banco do Nordeste: 1,72% ao mês
  • Bradesco Financiamento: 1,57% ao mês
  • Bradesco: 1,68% ao mês
  • Crefisa: 1,62% ao mês
  • Banco Inter: 1,62% ao mês
  • Agibank: 1,64% ao mês
  • Sicredi: 1,64% ao mês
  • Banco do Brasil: 1,68% ao mês
  • Banco Safra: 1,7% ao mês
  • Caixa: 1,73% ao mês
  • Itaú: 1,74% ao mês
  • Santander: 1,75% ao mês
  • Banco Pan: 1,75% ao mês
  • C6 Bank: 1,75% ao mês
  • PicPay: 1,8% ao mês

Confira a relação completa aqui.

Fixar teto do consignado em patamar inviável prejudica beneficiários do INSS, diz Febraban

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que as recentes reduções do teto de juros do crédito consignado destinado a aposentados e pensionistas do INSS têm reduzido a oferta das linhas aos grupos de maior risco, principalmente os de idade mais elevada.

Nesta quinta-feira, 11, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) reduziu de 1,80% para 1,76% ao mês a taxa máxima que os bancos podem cobrar dos clientes na modalidade, pouco mais de um mês após o corte anterior.

"A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) entende que fixar o teto de juros em patamar economicamente inviável, como tem ocorrido, acarreta prejuízos aos beneficiários do INSS que apresentam maior risco, caso dos aposentados com idade elevada e de mais baixa renda", disse em nota.

Segundo a entidade, o consignado tem sido utilizado pelo público do INSS para pagar dívidas em atraso, despesas médicas, contas e para comprar alimentos. Com a redução da oferta, os clientes têm recorrido a linhas de crédito mais caras, em especial aqueles que estão negativados, prossegue a entidade.

Ainda para a Febraban, a queda na oferta do consignado do INSS pelos bancos aconteceu porque com as reduções do teto de juros desde o ano passado, as taxas deixaram de cobrir os custos da linha.

Além dos custos de captação, a maior parte dos bancos oferece consignado através de correspondentes bancários, que são remunerados via comissões, o que eleva o custo da oferta.

O ministro da Previdência, Carlos Lupi, tem argumentado que as reduções são possíveis graças ao corte da taxa Selic, que em 2023 caiu de 13,75% para 11,75% ao ano.

Os bancos afirmam que não se pode traçar uma relação direta: como o prazo médio do consignado é de dois anos, é necessário analisar os juros futuros de igual prazo, que seguem em patamares acima de 10%.

"A Febraban continuará buscando demonstrar que, na prática, as reduções do teto de juros, da forma como vem ocorrendo, estão tendo efeito danoso para a camada mais vulnerável desse público do INSS, que precisa de crédito em condições mais acessíveis", conclui a entidade.

Em dezembro do ano passado, a Febraban enviou ofício à Previdência queixando-se da falta de diálogo nas reduções de juros do consignado. À época, mencionou dados do Banco Central que apontavam uma queda de 30% na média mensal de concessões do consignado do INSS desde março de 2023.

Com Agência Estado

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