Cesta básica de Fortaleza recua em 2023, na 1ª queda em sete anos

No semestre, dos 12 alimentos pesquisados, os que sofreram maiores reduções nos preços foram feijão (-22,22%), tomate (-20,64%) e farinha (-9,52%)

13:43 | Jan. 08, 2024

Por: Fabiana Melo
O levantamento é feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese) (foto: FERNANDA BARROS)

O conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica de Fortaleza foi estimado em R$ 630,38 em dezembro.

A queda de 1,49% em relação ao mês imediatamente anterior foi a terceira maior dentre as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese).Veja no fim da matéria o comportamento dos alimentos. 

Mas destaque mesmo foi para a redução de 3,61% entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023. É a primeira vez em sete anos que a pesquisa apresenta queda para a Grande Fortaleza no acumulado de 12 meses.

A última vez que isso aconteceu foi em dezembro de 2017, quando a cesta registrou uma redução anual de 6,78%.

De acordo com o estudo, o trabalhador fortalezense que ganha um salário mínimo (R$ 1.320) teve de comprometer 51,63% do seu rendimento, após desconto previdenciário, para garantir a cesta básica.

No semestre, dos 12 alimentos pesquisados, os que sofreram maiores reduções nos preços foram o feijão (-22,22%), o tomate (-20,64%) e a farinha (-9,52%).

Quatro itens ficaram mais caros, dos quais, destacam-se: a banana (14,15%), o arroz (12,41%) e a manteiga (1,65%).

Na série de 12 meses, os produtos que ficaram mais baratos foram o óleo (-22,65%), o feijão (-19,76%) e a carne (-12,01%). 

Enquanto isso, os itens que apresentaram as maiores altas foram: o arroz (16,36%), o pão (7,33%) e o açúcar (4,52%).

Brasil

De acordo com o Dieese, em novembro, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 13 das 17 capitais pesquisadas.

As altas mais importantes ocorreram em Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%).

Já as quedas mais expressivas foram registradas em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%).

Porto Alegre foi a cidade onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 766,53), seguida por São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e Rio de Janeiro (R$ 738,61).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde são coletados 12 produtos, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30).

A comparação dos valores da cesta, no ano inteiro de 2023, mostrou que 15 capitais tiveram redução do preço médio, com destaque para Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%).

Salário mínimo ideal

Com base na cesta mais cara, que em dezembro foi a de Porto Alegre, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Além de levar em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Assim, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.439,62 ou 4,88 vezes o mínimo de R$ 1.320,00.

Em dezembro de 2022, o salário mínimo necessário foi de R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 1.212,00.

Veja o comportamento dos alimentos em Fortaleza

  • Feijão: aumento de 8,15%
  • Arroz: aumento de 4,75%
  • Óleo: aumento de 4,07%
  • Farinha: aumento de 3,48%
  • Café: aumento de 1,13%
  • Carne: aumento de 1,02%
  • Manteiga: aumento de 0,59%
  • Pão: aumento de 0,5%
  • Leite: queda de 0,48%
  • Açúcar: queda de 1,35%
  • Banana: queda de 1,79%
  • Tomate: queda de 14,64%

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