Passagens áreas puxam alta de 4,92% na prévia da inflação de Fortaleza de 2023

Prévia da inflação de dezembro ficou em 0,77%, empatada apenas com Goiânia

A cidade de Fortaleza apresentou uma alta de 4,92% durante o acumulado de 2023, isto é, do período de janeiro a dezembro, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação.

O crescimento foi pressionado por passagens aéreas (53,66%), cenoura (28,01%), e arroz (24,85%). Já as maiores baixas foram registradas em cebola (-37,28%), mamão (-21,29%) e óleo de soja (-21,2%). 

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Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mesmo com o aumento, o percentual da Capital no acumulado do ano em dezembro, quando comparado aos anos anteriores, é o menor desde 2019. Veja:

  • Dezembro de 2023: 4,92%
  • Dezembro de 2022: 5,85%
  • Dezembro de 2021: 11,05%
  • Dezembro de 2020: 5,79%
  • Dezembro de 2019: 4,49% 

No resultado mensal, Fortaleza foi a capital que registrou a maior alta no IPCA-15, chegando a 0,77% em dezembro. O percentual só ficou empatado com Goiânia.

Além disso, é maior do que a média observada nacionalmente (0,4%). O resultado é influenciado pelos combustíveis (6,05%) e pelos cereais, legumes e oleaginosas (4,61%).

Foi a nona taxa positiva registrada em 2023. Os únicos meses com deflação foram: junho (-0,05%), julho (-0,22%) e outubro (-0,28%).

Oito dos nove grupos pesquisados tiveram alta no ano

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram alta de janeiro a dezembro de 2023.

A maior variação (10,51%) veio dos transportes, seguido de educação (9,28%) e saúde e cuidados pessoais (6,96%). No lado das quedas, apenas o grupo de Artigos de residência (-1,59%) apareceu. 

Confira os itens que ficaram mais caros em 2023:

  • Passagem aérea: 53,66%
  • Cenoura: 28,01%
  • Arroz: 24,85%
  • Táxi: 20,2%
  • Manga: 18,95%

Confira os itens que ficaram mais baratos em 2023:

  • Cebola: -37,28%
  • Mamão: -21,29%
  • Óleo de soja: -21,2%
  • Fígado: -14,61%
  • Tubérculos, raízes e legumes: -14,4%

Cenário nacional 

No Brasil, o IPCA-15 aumentou 0,40% em dezembro e ficou 0,07 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de novembro (0,33%). Com isso, o IPCA-15 fechou o ano de 2023 com 4,72% de variação. 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em dezembro. A maior variação (0,77%) e o maior impacto (0,16 p.p.) vieram de Transportes.

Os grupos Alimentação e bebidas (0,54%) e Habitação (0,48%) também registraram alta e contribuíram, respectivamente, com 0,12 p.p. e 0,07 p.p. As demais variações ficaram entre a queda de 0,46% de Comunicação e a alta 0,56% de Despesas Pessoais.

Para Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, o índice frustrou, de certa forma, aqueles que esperavam receber mais uma notícia boa e que se alinhasse com o otimismo recente predominante de queda da inflação. 

Além disso, explicou que o mercado deve rever as projeções para o “índice cheio” de dezembro, para algo em torno de 0,60%, mas ainda assim se mantendo abaixo do teto da meta. Ou seja, após dois anos de estouro da meta, o IPCA deve confirmar o retorno ao intervalo limite.

"Acredito que permanece o sentimento de que o processo desinflacionário segue em curso, sem alteração nas perspectivas sobre o ciclo de queda da Selic para o próximo ano, principalmente aliado às falas do presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, de que "quer entregar os juros o mais baixo possível"."

Quanto aos índices regionais, nove áreas tiveram alta em dezembro. As maiores variações foram em Fortaleza e Goiânia, ambas com 0,77%.

Nos dois casos, a principal contribuição veio da gasolina, com variações de 6,48% e 2,33%, respectivamente. Já o menor resultado ocorreu em Recife (-0,26%), onde houve queda no preço da gasolina (-4,66%).

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