Ceará é apoio logístico da Petrobras para perfurar petróleo na Margem Equatorial

Petrobras detalha papel do Estado na operação. Aeroporto de Fortaleza e Porto do Mucuripe servem de suporte para extração de petróleo do novo pré-sal, em área que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá

08:40 | Dez. 24, 2023

Por: Beatriz Cavalcante
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 24 (foto: Acervo Foresea/Agência Petrobras)

Para avaliar se o novo pré-sal é viável para ser explorado na Margem Equatorial, que vai do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte, a Petrobras começou a perfurar no sábado, 23, o poço Pitu, localizado em águas profundas na Bacia Potiguar. Para realizar a operação, a empresa detalha o Ceará como apoio logístico.

No Estado, a companhia utiliza o Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, para ponto de logística aérea, distante 190 quilômetros (km) da exploração de petróleo.

Em mar, o Porto do Mucuripe, também localizado na capital cearense, é utilizado como suporte. O equipamento fica a 100 Milhas Náuticas do poço Pitu Oeste, no Rio Grande do Norte.

Questionada pelo O POVO sobre a base de Fortim, a 132,5 km ou 2h12min de Fortaleza, a companhia frisa que a área foi utilizada como apoio logístico terrestre durante a realização da Avaliação Pré-Operacional para obtenção da licença ambiental da Margem Equatorial, em setembro de 2023.

Sobre a operação iniciada no dia 23 de dezembro, a expectativa é que a perfuração temporária do poço Pitu Oeste levará de três a cinco meses.

Conforme a estatal, a ação possibilitará a obtenção de mais informações geológicas da área, permitindo que a Petrobras confirme a extensão da descoberta de petróleo feita em 2014.

Em relação ao investimento para pesquisa de óleo e gás na Margem Equatorial, o Plano Estratégico 2024–2028 da empresa prevê aporte de US$ 3,1 bilhões, com estimativa de perfurar 16 poços no período.

Entenda mais detalhes da exploração de petróleo na Margem Equatorial 

A Petrobras iniciou no sábado, 23, a perfuração do poço de Pitu Oeste, na Bacia Potiguar, que fica nos litorais do Ceará e Rio Grande do Norte.

A perfuração em si é realizada a 53 quilômetros (km) do litoral potiguar, mas toda uma cadeia de produção está sendo fomentada no estado cearense com essa exploração.

Vale lembrar que esta ainda não é uma etapa comercial, mas de verificação se há petróleo na Margem Equatorial, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte.

Ao O POVO, Wagner Fernandes, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Ceará (Sindipetro-CE), e que atua no grupo de trabalho de exploração da Margem Equatorial, detalha que, por exemplo, o carregamento da tubulação utilizada está sendo feito pelo Porto do Mucuripe, em Fortaleza.

Ele diz até que alguns materiais, de licitação diária, podem advir de Caucaia ou Maracanaú, ou, talvez, a própria Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) tenha armazenamento de produtos, como tubulação.

"Todo esse material tende a ficar aqui. O embarque do pessoal para a sonda, para a perfuração, está sendo feito pelo Aeroporto de Fortaleza, helicópteros, corpo médico, toda uma estrutura lá", detalha.

Além de boa parte da estrutura de apoio de funcionários, segurança, inteligência, tecnologia da informação tem base de apoio no Ceará.

"Inclusive o nosso CDA, que é o Centro de Defesa Ambiental que está localizado em Fortaleza, na Lubnor, e na cidade de Fortim (a 132,5 km de Fortaleza)", explica.

Isso porque, no caso de algum vazamento, Wagner esclarece que a maré e toda a corrente marítima tende a trazer óleo para a região de Fortim e Canoa Quebrada, por isso a importância do CDA perto.

Ao O POVO, a Petrobras detalha que a base de trabalho em Fortim foi utilizada como apoio logístico terrestre durante a realização da Avaliação Pré-Operacional para obtenção da licença ambiental, em setembro de 2023.

 

Início da exploração da Margem Equatorial 

Conforme a Petrobras, a ação iniciada neste sábado marca a retomada da pesquisa da companhia por óleo e gás na Margem Equatorial.

Segundo a estatal, a perfuração do poço, na concessão BM-POT-17, localizada a 53 quilômetros da costa, levará de três a cinco meses.

Por meio do poço de Pitu Oeste, a Petrobras obterá mais informações geológicas da área, o que permitirá a confirmação da extensão da descoberta de petróleo já feita, em 2014, no poço de Pitu.

Histórico da exploração da Margem Equatorial pela Petrobras

A Petrobras recebeu do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em outubro deste ano, a licença de operação para a perfuração de dois poços de pesquisa de óleo e gás, em águas profundas na Bacia Potiguar, na Margem Equatorial brasileira.

No âmbito da mesma licença ambiental, a companhia pretende perfurar o poço Anhangá, na concessão POT-M-762, localizada a 79 km da costa do estado do Rio Grande do Norte, próxima ao poço Pitu Oeste.

“A Petrobras pretende contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da região, sem esquecer da importância em fazer parte dos esforços para promover a segurança energética nacional. A Margem Equatorial será um ativo importante até para a sustentabilidade global”, declarou Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.

Se for confirmada a viabilidade econômica da concessão, será necessário conceber e desenvolver toda a estrutura operacional para a produção e será preciso realizar um novo processo de licenciamento ambiental específico para a etapa de produção.

No Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras está previsto o investimento de US$ 3,1 bilhões para pesquisa de óleo e gás na Margem Equatorial, onde a companhia planeja perfurar 16 poços nesse período.

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