Indústrias do Nordeste lideram em práticas sustentáveis no País; veja

De nove ações, o Nordeste supera as outas localidades do País em sete quesitos, segundo levantamento da CNI com 1.004 executivos

07:30 | Nov. 24, 2023

Por: Beatriz Cavalcante
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com lideranças do setor no Brasil foi realizada a uma semana do início da COP28 (foto: Freepik)

As indústrias do Nordeste ficaram à frente no País em práticas sustentáveis.

A constatação é de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com lideranças do setor no Brasil, divulgada nesta sexta-feira, 24 de novembro, a uma semana do início da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28).

O levantamento mostra que as empresas na Região são lideranças quando o assunto é a implementação de ações relacionadas à sustentabilidade ambiental na cadeia produtiva.

De nove ações, o Nordeste supera as outas localidades do País em sete quesitos. Veja:

  1. Otimização do uso da água
  2. Uso de fontes renováveis de energia
  3. Redução da poluição na água
  4. Otimização do consumo de energia
  5. Mitigação da emissão de gases de efeito estufa
  6. Melhoria do desempenho ambiental
  7. Redução de resíduos sólidos

Metodologia da pesquisa

Os dados foram levantados pelo Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI), da FSB Holding, com base em uma pesquisa telefônica com 1.004 executivos de indústrias de pequeno, médio e grande porte, de todas as regiões do País, entre os dias 3 e 20 de novembro.

A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais.

Práticas sustentáveis no Brasil

A pesquisa da CNI ainda mostra que, no Brasil, a redução de resíduos, de energia e de água são ações adotadas por mais de 80% das indústrias.

Ao todo, nove em cada dez empresas industriais (89%) adotam medidas para reduzir a geração de resíduos sólidos.

Já 86% têm ações para otimizar o consumo de energia, enquanto 83% implementam medidas para otimizar o uso de água.

Do total de indústrias respondentes, 36% adotam de 5 a 6 ações e 22% de 7 a 8 das nove elencadas no levantamento da CNI. COm isso, observa-se que 3% das empresas industriais não desenvolvem nenhuma medida relacionada à sustentabilidade.

O que precisa ser feito para descarbonizar a produção industrial no Brasil

Para que o Brasil avance em relação à redução das emissões de gases de efeito estufa e atinja as metas estabelecidas no Acordo de Paris, o estudo aponta a encessidade de modernização de máquinas (27%), uso de fontes de energias renováveis (23%) e investimento em tecnologias de baixo carbono (19%).

A evolução tabém passa por investimento em inovação (14%) e acesso a financiamento (10%).

Além disso, após a entrevista com 1.004 industriais, a CNI apontou que, para incrementar as ações sustentáveis, nos próximos dois anos, o principal foco de investimento dos empresários industriais é o uso de fontes renováveis de energia, citado por 42% dos respondentes.

Depois que vem modernização de máquinas (36%) e medidas para otimizar o consumo de energia (32%).

Segundo o levantamento, a energia solar é a fonte renovável que desperta o maior interesse entre os empresários.

Para se ter ideia, 75% dos entrevistados disseram ter muito ou algum interesse em adotar esse tipo de fonte energética.

Em segundo lugar aparece o hidrogênio verde ou de baixo carbono, com 19% e, em terceiro, a eólica, com 13%.

O ponto positivo é que não é apenas no campo do interesse, mas a pesquisa mostra que 53% das indústrias já têm projetos ou ação voltados para o uso de fontes renováveis de energia.

Sobretudo de fonte solar, que concentra o foco dessas iniciativas, respondendo por 91% delas.

Biomassa (5%), eólica (3%) e hidrogênio de baixo carbono (1%) respondem pelas demais fontes estudadas pelas empresas.

Financiamentos

Mas um gargalo apresentado no estudo é a necessidade de expansão do número de indústrias que consigam acessar formas de financiamento para iniciativas sustentáveis.

Com isso, do total de entrevistados, 67% demonstraram interesse em acessar linhas de crédito com esse objetivo, mas nem todos concretizaram essa intenção.

A CNI aponta que apenas 16% buscaram algum incentivo de crédito público para projetos sustentáveis e 6% conseguiram.

Mas o crédito privado se mostrou mais acessível aos empresários: 24% buscaram e 15% conseguiram.

Porém, para 62% o acesso ao financiamento para ações em sustentabilidade é considerado difícil ou muito difícil.

Inclusive, esta é considerada a terceira principal barreira para implantar ações de sustentabilidade (apontada por 22%), atrás apenas da falta de incentivo do governo (51%) e falta de cultura de sustentabilidade no mercado consumidor (39%).

“O Brasil se encontra na vanguarda da transição energética, com elevada participação de fontes renováveis na matriz energética, e segue em uma trajetória sustentável, ampliando e diversificando, cada vez mais, o uso dessas fontes limpas e renováveis”, complementa Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI.

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