Percentual de endividados no Brasil é o menor desde 2022, afirma CNC

Esta é a quarta queda consecutiva e possui, atualmente, 76,9% das famílias com dívidas no Brasil

13:19 | Nov. 07, 2023

Por: Fabiana Melo
O dado é da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) (foto: Bárbara Moira/ Em 28-12-2021)

O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer diminuiu em outubro, representando 76,9% das famílias no País. Com a quarta queda consecutiva, o volume de endividados chegou ao menor nível desde fevereiro de 2022.

O dado é da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010. 

No ano, a proporção de endividados intensificou o movimento de queda, reduzindo 2,3 pontos percentuais. Do total de pessoas com dívidas, 18,1% consideram-se “muito endividadas”, percentual que apontava tendência de queda desde junho, mas cresceu 0,5 pontos percentuais no mês e 0,8% no ano.

Pelo recorte salarial, o índice melhorou entre as famílias de renda baixa (0-3 SM) e renda média baixa (3-5 SM). Apenas o grupo com renda média entre 5-10 SM o volume de inadimplentes cresceu.

Outro ponto é que o volume de consumidores afirmando que não terão condições de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores mantém-se elevado, mas ficou estável na passagem mensal (13% do total de famílias).

O destaque é para os 18,3% de consumidores na baixa renda afirmando que não terão como quitar as dívidas mais antigas, o maior volume da série histórica.

No entanto, do total de consumidores com atrasos, 48,5% estão com atrasos acima de 90 dias, proporção que ainda mostra crescimento (6,6 pontos no ano).

No recorte de gênero, proporção de endividados diminuiu nos dois grupos

A proporção de consumidores endividados diminuiu, no mês e no ano, nos dois grupos de gênero. Entre mulheres, a queda foi mais intensa (-0,6 p.p. e -3,3 p.p no mês e no ano, respectivamente) do que entre os consumidores (-0,4 p.p. e -1,7 p.p.).

Já a tendência de queda no volume de homens endividados, no entanto, está mais pronunciada do que a de mulheres com dívidas. Isso porque a proporção de consumidoras com débitos vem apresentando maior resiliência.

Entre as modalidades de dívida, o volume de endividados no cartão de crédito cresceu mais em um ano entre os homens (+1,5 p.p.), do que entre as mulheres (0,2 p.p.), embora elas sejam proporcionalmente mais numerosas no endividamento no cartão do que eles.

Enquanto o público masculino intensificou o uso do cartão de crédito no ano encerrado em outubro, as mulheres apontam mais dívidas no crédito pessoal, carnês de loja e financiamento de imóvel.

Também é maior o volume de mulheres reportando que não conseguirão pagar dívidas de meses anteriores, 13,9% do total de mulheres, ante 12,1% do total de homens.

No ano, o volume de mulheres inadimplentes cresceu 2,7 pontos, e de homens 2,0 p.p. Porém, no mês, enquanto o indicador caiu 0,3 p.p. entre o público masculino, aumentou 0,4 p.p. entre as mulheres.

Cartão de crédito segue com maior volume de endividados

Nas modalidades de dívida, o cartão de crédito segue retomando participação no volume de endividados, representando 87% do total de devedores em outubro.

O crédito pessoal e o consignado, além das dívidas fora do sistema financeiro tradicional, também avançaram no ano (1 p.p., 0,3 p.p. e 0,6 p.p., respectivamente), ao passo que as demais modalidades perderam representatividade na carteira de crédito dos consumidores de forma geral.

Entre os consumidores de rendas média e baixa, o endividamento no cartão de crédito avançou +1 p.p.,
em relação a outubro de 2022 (86,9% do total no grupo), e 0,4 p.p. entre a alta renda (88% do total). No
mês, o volume no cartão também avançou nas duas faixas de renda.

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