Luiza Trajano: luta pela igualdade não pode ser vista como 'mimimi'
Em palestra no lançamento do Prêmio Mulher ArcelorMittal, empresária reforça que este é o momento da s mulheres, mas que elas precisam se valorizar
06:00 | Out. 27, 2023
“Podem ter dinheiro, mas só vão ter liderança se souberem lidar com pessoas.” A frase é de Luiza Helena Trajano, defensora da igualdade de gêneros e raça e presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza e do grupo Mulheres do Brasil.
Ela é uma das 100 mulheres mais influentes do mundo, segundo a Revista Times.
Em palestra no lançamento oficial do Prêmio Mulher ArcelorMittal, na noite desta quinta-feira, 26, defendeu que a luta pela igualdade não pode ser vista como “mimimi” e que é preciso na vida ter “leveza”.
“Chegou o nosso momento (das mulheres). E os homens estão tão legais que estão entendendo isso. Agora, as mulheres precisam acreditar que são boas.”
Luiza comenta padrões de comportamento que as mulheres precisam quebrar no dia a dia, em que a valorização precisa estar presente. “Estamos vivendo o momento da empresa orgânica, intuitiva, em que a mulher tem que ser feminina para trabalhar.”
Em sua fala, ela defende também que os programas de cotas são “um processo transitório para resolver uma desigualdade”.
A empresária lembra que lutou desde muito cedo por seus espaços e pelo o que acreditava, mas que teve sorte de nascer em uma família em que as mulheres já eram empreendedoras e de ter seguido o caminho da tia, que foi a fundadora do Magazine Luiza.
“Na vida, não tenho o compromisso de ser perfeita e isso me ajuda muito. O que temos que fazer é sempre oferecer o melhor da gente.”
Sobre ser mãe, ela diz que ensinou os seus filhos a “tocarem na banda, e não só a ficar vendo ela passar”. E ainda que na vida, as pessoas precisam se posicionar.
A influenciadora criticou as guerras, e também elogiou a preocupação e o cuidado que as empresas estão começando a ter com a saúde mental dos seus colaboradores.
Luiza Trajano parabenizou a iniciativa da ArcelorMittal e fez uma provocação aos seus representantes da planta do Pecém, de se lançar um prêmio nos mesmos moldes, em conjunto com o Grupo Mulheres do Brasil e a revista Claudia.
E ainda divulgou a iniciativa de contratar mulheres grávidas e de todas as idades na sua empresa, assim como a empregabilidade e oportunidade de negros se tornarem executivos, por meio de um programa de trainee.
A palestra, com mediação da jornalista do O POVO, Neila Fontenele, ocorreu em solenidade de lançamento do Prêmio Mulher ArcelorMittal na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). A iniciativa tem como objetivo identificar e reconhecer mulheres à frente de projetos sociais transformadores.
As inscrições estão abertas e vão até 21 de janeiro de 2024 no site do prêmio.
Podem participar: mulheres, cisgêneros e transgêneros, acima de 18 anos, residentes nos estados participantes e à frente de projetos privados, públicos ou do terceiro setor.
"A Diversidade e Inclusão é uma temática que está na pauta da ArcelorMittal. Sabemos do nosso papel e responsabilidade na construção de um ambiente mais acolhedor, justo e plural para as mulheres, dentro e fora da nossa empresa e podemos dizer que estamos no caminho certo”, destaca Erick Torres, CEO da ArcelorMittal Pecém.
A divulgação das finalistas será em 26 de fevereiro e o evento de premiação, com apresentação das vencedoras em maio, em data e local a serem definidos. Ao todo serão premiadas 21 mulheres do Ceará.
As categorias são:
- Empresas privadas com fins lucrativos:
- Microempreendedor Individual (MEI);
- Microempresa (ME);
- Empresa de Pequeno Porte (EPP);
- Média ou Grande empresa;
- Setor Público;
- Terceiro Setor;
- Empregada da ArcelorMittal;
- Imprensa (Reportagem);
- Acadêmicas (estudantes).
Avaliação e premiação
Todas as propostas concorrentes serão avaliadas por uma Comissão Julgadora, formada representantes da sociedade com capacidade e experiência nos segmentos abrangidos pelo Prêmio Mulher e que considerará critérios como criatividade, sustentabilidade, impacto, qualidade, clareza e o potencial de transformação.
O concurso prevê duas premiações, sendo que a primeira será um treinamento com carga horária de 32 horas, a ser ministrado em conjunto, para as 63 finalistas (sendo 21 de cada Estado e três de cada categoria), em cada Estado. Todas receberão certificado de participação.
Ao final, a vencedora de cada categoria receberá um cartão-presente, a ser usado em qualquer estabelecimento, no valor de R$ 5 mil. Também será conferido um troféu, além de exclusiva medalha com a marca da Prêmio, um presente da ArcelorMittal a todas essas mulheres transformadoras da nossa sociedade.
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